Ah Tu que fria
Ergue-te assim
Diante de mim
Altiva e esguia,
A me olhar
Com o olhar das serpentes!
E em meio aos movimentos eloquentes
Da tua língua audaz
Vi o portento que nos traz
Desejar-te, ó carne feminina,
Caixa de Pandora
Contedora de prazer!
Vêde que feliz creio que te sei fazer
Se nos meus braços lhe envolver
E olhar nos teus olhos negros e demoníacos
Que tua vilaneza denotam,
Ó mulher sombria,
Filha arredia
De um apátrida sem par!
Vede que pousando minha mão por detrás da tua cabeça,
Enquanto a outra pelo teu corpo talvez desça,
Posso sentir mais profundamente, ó força,
Que vejo encerrada nesses olhos felinos!
Nesses belos traços femininos!
Mulher!
Teu perfume é o vácuo que se encerra no coração!
Tua atração é a frieza e o cálculo da tua razão!
Ó morena de olhos malditos,
Como eu te amo!
Digo mais!
Me sinto diante de algo luciférico,
Me parece que as chamas do inferno
Ardem no formato lindamente esférico
Dos bicos dos teus seios!
Mulher! Tu és lindamente pérfida!
Maravilhosamente macabra!
Perfeitamente fétida!
Fazer amor contigo
É como adorar o demônio!
Beijar-te o umbigo
É despertar fúria
Que ensoberbece o coração e faz injúria
Às coisas divinais!
Ó morena fria
De lábios cheios de lembranças sepulcrais!
Ó morena fria
De infernos lindamente vaginais!
Penetrar-te é mergulhar no Averno!
Alucinar-te é compactuar com o eterno…
…Eterno gozar de prazeres do Orco!
Ó morena fria
De falar tão terno!
2 respostas em “Mulher Demoníaca I”
Nossa!!!!
muito boa!
Ave Lilith