Há algum tempo atrás comentei com a minha amiga Milena Pacheco que lá por volta de 1990 fazíamos um Fanzine Anarquista. Ela disse que não acreditava que tal coisa tenha existido em Limeira, quanto mais naquela época. O fato é, que além dele ter existido, ele foi o segundo.
O “Pus”, como o chamávamos, foi o sucessor do “Vox HC”. Felizmente, meu amigo Luis Simões, guardou uma única página dessa preciosidade devido ao fato de que lá havia uma poesia minha. Então para registrar esse momento histórico de nossa Limeira/SP segue o scan do que remanesceu do “Pus”.
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O texto da poesia segue aqui
A Fuga
Para onde vais cavaleiro sem vida?
Por que, como em despedida,
Estás a chorar?
Por que amaldiçoas o tempo?
E por que no relento
Estás a galopar?
Que desgraça presenciou o teu corcel,
Que galopa como se o fel
Sua boca estivesse a amargar?
Por que, com sua negra capa
Te escondes em meio a mata
Como se algo não quisesses encarar?
Enquanto galopas em teu negro cavalo
Tu pareces que sem o menor abalo
Teus fantasmas interiores estás a enfrentar.
Por que com ódio cospes no chão
E amaldiçoas o trovão
Que a noite vem te acordar?
Em sua fuga não alcanças a verdade;
Será que inquietude e conformidade
Em tua mente estão a se confrontar?
Não enfrentas a tua desgraça
Que da vida tirou a essencial graça
Fazendo que esta e tudo mais deixes de amar.
Tens medo até da noite.
Ages como se esta fosse açoite
Que tuas costas fica a devorar.
Por que galopas tão altivo?
Por que te faz tão vivo
Se a morte está quase a lhe alcançar?
Por que te faz tão imenso
Sendo que em teu orgulho não há o menor senso,
Sendo que nada tens para te orgulhar?
Foges como um covarde,
Tua alma cheia de vergonha em fogo arde
Mas nada fazes para isto remediar!
Perdeu tudo na vida,
Até tua honra ficou perdida
Nas desgraças que o passado está a ocultar.
Tens medo da verdade,
Não queres encarar a liberdade
Como um ideal para se conquistar.
Por que não encaras a tua posição
Que até mesmo o trovão
Parece mais liberdade que ti demonstrar?
Por que não entende que sem liberdade,
Falando com veracidade,
Não há vida para se amar?
3 respostas em “A Fuga”
hahahahah
adoreiiiiiiiiiiiiiii!!!!
a poesia é muito massa, gostei mesmo!!!
e potz… um zine em Limeira! Agora acredito… ahhahah e pq vc nao volta a fazer? Nossa, eu apóio!! haiuehiauehuiea
parabéns, caro Gutovisky
=*
Valeu Mi!
Mas… voltar a fazer???
Acho que eu passo… hahhahahah
Só se fosse para ser datilografado, feito com colagens, pintado com nanquim, reproduzido por xérox e entregue de mão em mão… (como essas coisas davam trabalho antigamente…)
lang lebe die Anarchie!
Vive l’anarchie!
Eläköön anarkia!
ζήτω η αναρχία!
האנרכיה חיים ארוכים!
lunga anarchia live!
long live anarchy!