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Considerações

O Jardim – parte ii


Parte I

II

Deste jardim
Somos o sonho do verme que busca na terra seu alimento.
Ele diz – “Alento!” –
E passa por entre as raízes das flores
Enquanto sabores
Contém na mente
Vazia de cores.
Por isso, labores
Coloca nas costas
Impregnada de odores.

O verme sonha com um lugar para se descansar…


Parte III
Parte IV

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} Um Verme

Há um verme rastejando
Sobre a alma do mundo!
Há um verme na maçã do meu coração provocando
Em mim um sentimento igualmente imundo!

E rasteja, rasteja sem termo!
Sua morada
É a vil enseada
Em que depositou sua alma!

Seu tempo
É um lugar
Que se perdeu nas vadiagens
Da minha louca emoção!

Sentimento que se rasteja
Sem sentido, sem porque!
Fica aí a querer
Explicações e definições tais
Que eu não posso lhe dar!

Há um verme
Por sobre a terra da fantasia!
Há um verme
Por sobre o lutar do dia-a-dia

Para ser feliz,
Não como se quis,
Mas como se pode!

E se sacode,
Se consome,
Se resume

No incompreensível,
No indefinível,
No enclausurável
Porém não estirpável!

Há um verme rolando
Por sobre as lembranças mal vividas,
Fantasias de poder e despedidas
Pré-concebidas,
Pré-viajadas,
Pré-empreendidas
Em empreitadas
Executadas
No afã
Do devorar da maçã!

No mal
Do depilar do banal!
No vil
Em se ser sutil!
No ardil
De querer ser vil!

E entre a vilaneza
E a crueza
Dos nossos sentires
Há um verme
No cerne
Do existir
Querendo suprir
Sua fome de corrosão
Na qual se resume
O sentido da optada auto-destruição!