O reflexo que chora
É a alma que te carrega
Metamorfose de mim
Tag: Reflexos
Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VI
Parte VII
Parte VIII
Parte IX
Parte X
Parte XI
XII
O vento sopra numa terra deserta.
Estou nela e isso me põe alerta
À presença do portão.
Aqui, nu, em meio ao nada
Jogo o “Ás” de uma culpa marcada
E fixo toda a minha atenção:
“Lá está o portão…”
Me escapa pelos lábios
E como o sussurrar de velhos arqueados
Repete o eco pela amplidão:
“Lá está o portão…”
“o portão…”
“o portão…”
“A saída! A derradeira saída
Desse lugar de reflexos e comparação
E de olhos que me perseguem pela escuridão!”
Toco o pilar direito do Umbral.
Suas runas brilham e sua voz é um temporal:
“Eu sou o pilar direito!”
“Quem caminha na sombra me chama de irmão!
Quem caminha na luz me chama de trevas!
Que, à tocar-me te levas,
Tu, sem pátria nem coloração?”
Então, cabisbaixo levo à mão ao esquerdo.
Sua voz se faz do cantar azedo
De pássaros mortos que voam sem direito:
“Eu sou o esquerdo pilar do Umbral!
Runas não tenho, sou de um escuro sepulcral.”
“Assim separo meus amigos.
Que queres de mim mortal?”
“Que queres de nós?”
Dizem os dois tal qual destruidor vendaval.
“Passar! Passar!
Passar é um sonho!
Deixar,
Uma sandice!
Mas onde,
Ninguém me disse,
Posso ir sem me olhar?”
Os pilares se fundem
Numa moldura
E assim se confundem
Numa já conhecida escultura.
Salto rápido,
Não quero olhar.
Agora sou imagem,
Que terei que contemplar?
XIII
Acordei esta manhã e quando me olhei no espelho meus olhos estavam secos,
Mas meu reflexo chorava.
Reflexos – parte xi
Reflexos – parte x
Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VI
Parte VII
Parte VIII
Parte IX
X
No filme na T.V.
Há um velho tocador de blues
Sentado numa mesa e tomando seu whisky
Com os olhos pelos óculos não nus.
Mas meus olhos são vítreos
De pura miscigenação.
Na minha mão
Não há whisky,
Só um dispositivo de síntono-alteração.
Na minha mente
Não há notas musicais,
Apenas a estática
De um canal que encerrou sua programação.
…E o velho olha para mim…
Reflexos – parte ix
Reflexos – parte viii
Reflexos – parte vii
Reflexos – parte vi
Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
VI
Quereria ser um poeta maldito
Mas não sei se tenho tal propriedade.
Afinal, minha integridade,
Não sei se vai a tanto caro senhor.
Veja à ti:
Só vive da caridade
Daqueles que em verdade
Estão dispostos a dar-lhe sem temor.
Veja Satã:
Este é o meu louvor:
Quereria que me fosse espelho
Tua glória e teu horror.
Parte VII
Parte VIII
Parte IX
Parte X
Parte XI
Partes XII e XIII (final)
Reflexos – parte v
Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
V
Me sento na varanda
E digo para mim mesmo
Enquanto os prédios cercam o manto da Deusa:
“Só precisava de um pedacinho de lua.”
E na rua
Argenteas multitudes transcorrem
E escorre da noite o seu sabor.
O manto está lá
E quem teria o valor?
De espelhar-se na Noite
Em reflexo e odor.
Parte VI
Parte VII
Parte VIII
Parte IX
Parte X
Parte XI
Partes XII e XIII (final)
Reflexos – parte iv
IV
Abro espaço entre os círculos e as esferas.
Aqui, feras, não deixam nenhum traço
De embarcação sobre mar flutuante
Ou de faces de um lugar mnemósico-hesitante.
Estou apenas no mundo da imaginação.
No qual meu corpo nu,
Em meio ao obscuro,
Caminha
Por entre esses círculos de cristal.
Assim seguro
Caminha
Porém não seria de todo mal:
O crescimento dos jasmins
Ou o contemplar das metamorfoses de mim.
Os círculos ao meu redor flutuam
E há tantas faces distorcidas
Assim refletidas
Ao meu redor…
…Em círculos de cristal
Onde nem tudo é de todo mal…
Parte V
Parte VI
Parte VII
Parte VIII
Parte IX
Parte X
Parte XI
Partes XII e XIII (final)