Não é absurdo?
Só que o pensamento me agrada.
O de pensar enquanto se caga.
E os raciocínios correm livres
E facilmente acho o correto,
Enquanto, sem pressa,
As fezes mergulham do meu reto.
E a divagar sobre os aconteceres da vida
Com um cotovelo apoiado no joelho,
A mão segurando minha cabeça erguida
E com a outra coçando meus pentelhos.
Que sossegada visão é a de ler no banheiro.
Calmamente viajando na leitura
Enquanto a merda forma flutuante escultura.
Então, acaba a diversão.
A matéria acabou,
O metabolismo cumpriu sua função
E a correria da vida já voltou.
Mas sempre é reconfortante saber
Que logo chegará a hora de no banheiro se ler.