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O Fim

Porvir VIII

A cadeira de balanço
Vai e vem
E o ranger de suas madeiras
Uma história contém.

O velho que por sobre ela senta
Tal história conhece muito bem,
E seus olhos azuis, cansados e cegos,
Aparentam que tudo vêem.

Porém o velho nada está a olhar.
Seus pensamentos viandantes
Estão aprisionados numa carcaça
Incapaz de voar
E do tédio, a taça,
Passa os dias a bebericar.

Na lareira, cinzas ancestrais
O fogo não queima.
A madeira inexistente não teima
Em querer ressuscitar…

…Para queimar…

O velho levanta um pouco sua cabeça
E no seu semblante
Um ar de quem conhece a peça faltante
Do quebra-cabeça

Está a se demonstrar.

O velho sorri,
Mas seus olhos são frios.
Enquanto a cadeira fica a balançar.

A madeira do assoalho é suja e gasta
E sua velhice desgasta
A juventude de quem nela pisar.

Seu jogo é calmo e eterno.
Eterno friccionar
Com a cadeira à balançar.

Na parede há uma moldura
     Sem quadro.
Perto à porta há uma escultura
     Que tal retrato
Fica a contemplar…

…Enquanto ouve o barulho da cadeira a balançar.

O velho sabe e espera
Pelo dia em que a cadeira,
Tal quimera,
Parará de balançar…

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O Fim

Porvir V

Horrores na mente culminas
E as forças minas
Em incansável perfuração!

Tua alma é rocha sólida
Que insólita
Lhe impede a continuação!

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O Fim

Porvir IV

Verterás loucuras impróprias e ímpares
Que se perderão na censura
Das pornografias
Que a usura
Incitou nos inimigos que alias!

Perderás tua virgindade com sórdida prostituta
Que inculta
Lhe ensinará verdades sobre o amor!

Cagarás nos berços dos teus filhos
E nos terços das beatas
Vomitarás!…

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O Fim

Porvir III

Demônios culminarás nas sombras
E pelas alfombras
Verás os teus anseios
Perdidos nos seios
Que beijaste!

E tocarás no peito da Morte,
Pois quando o acariciaste
Decidiste adorá-lo pela eternidade
E com liberdade
Que te denota o pesar!

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O Fim

Porvir II

Declamarás sim!
Versos furiosos
Aos Senhores do Tempo
Que silenciosos
Guardam por sob o manto
As ampulhetas pacientes,
Os grãos insistentes
Em cair
Para o porvir.

Te contarão histórias
De enamoradas inglórias
Que cortejarás pelos teus dias
Que se seguirão!

Cantarás sim!
Versejares harmoniosos
Aos Senhores da Fúria
Que o poder guardam
Por sob a pupila purpúrea
Que brilha demonstrando
Caminhos e universos
Que desconexos
Lhe rasgam a razão!

Verterás sim!
Versejares subconscienciosos
À deuses mortos
Que sussurrarão promessas várias
E como párias
Pela tua mente vagarão
Enquanto teu dolorido coração delira,
Pira
E inspira
Sua final reclusão!

Malditas palavras
Jogarás sobre o papel
Em que lavras
Tua alma e teu fel!

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O Fim

Porvir I

Viverás para viver
Mas não para ver
O dia
Em que tuas derrocadas
Se acumularão nas estadas
Que fizeste no negror!

E agora com estertor
Declamarás versos furiosos
À todas as bestas do apocalipse
Durante o derradeiro eclipse
Que se joga sobre o sol!

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O Fim Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} Porvir VII

Desejarás dias chuvosos,
Malditos orgasmos receosos
Diante da tua solidão!

Derramarás teu sêmen
Nos espíritos que temem
De ti se aproximar…

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O Fim Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} Porvir VI

Cortejarás doentes animalescos
Com portentos e argumentos dantescos
Provindos da tua imaginação!

Conquistarás damas frias
Que insistirás em penetrar todos os dias
Para impotência alcançar!

Amaldiçoará teus passos nas sombras
E perguntará ao espírito que te assombra
Qual foi a curva em que se pôs à errar!