Mares observo da praia
E ao longe vai o pensamento fortuito
Levado pelas ondas marinhas com o intuito
De seguir o meu querer que diz: “Se esvaia.”
As distâncias que separam
Do longínquo horizonte
Agora não me amparam
E baixo a cerviz, baixo a fronte.
O contemplar do mundo distante,
Bem para lá, esquecido e ocultado,
Forja o sentir do nada causticante
Eternamente por nós arquitetado.
Viaja para o longe…
Que procura olhar meu que sente
As agruras do lacrimejar?
Seriam esculturas a se contemplar?
Seriam pinturas para se apagar?
Seriam loucuras para se delirar?
Ou simplesmente pôr-do-sol
Para o qual se fica a divagar?
Ou puramente amor no atol
Esquecido pelas rocas que o destino antes ficava a usar?
Ah Parcas. Tão parcas e tão Parcas.
São só três
E os fios que cozem e torcem e rompem na nossa tez
Constituem todo o bordado
Que equaciona o aspirado
E faz enclausurado
Quando ruge no telhado
A maresia da imensidão.
De tantos horizontes
Quantos e tantos mais
Deixaremos nos estuprar aos montes
Na praia ou no cais
Buscando na paz
O que a guerra não trouxe?
Buscando no apraz
O que a terra não ouve?
Então para que destilar
Desse mar e desse horizonte
A aguardente do bar
Ou o baixar da fronte?