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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} Paranóia

Quanto sofrer impõe
Ao pobre mortal
As paredes dilacerantes
Desta prisão sepulcral.

Aqui aprisionado no fundo da mente
Estou eu dentro de um preconceito mal digerido,
Que passando sorrateiramente pelo consciente
Se tornou meu pior inimigo.

Ah! Essa barreira intransponível!
Essa fissura soberba e incansável
Que diz sim mesmo quando a razão diz não!
Esse claustro sem vida e insuportável!

A imaginar o inimaginável
Fico zombando do real.
“Paranóia! Paranóia!” – Grito
Do fundo da minha prisão abismal.

E esmurro a parede
E ela sussura para mim
O som de meu próprio murro.

Falo com o vácuo
E no entanto, aqui,
Tudo é obscuro.

Qual a razão
De tanta insensatez?
Meu cérebro às vezes se apossa
De estranha liqüidez.

A perturbar e murmurar
Como ondas cansadas
Ou ecos de despedidas
De perturbações de onténs caídos.

Tudo é apenas uma junção
De pensamentos não cooperativos.
Não existe moral na ilusão
Que nos impõe a mente e os sentidos.

Tudo paranóia enclausurativa.
Não existe sentido para nossos pensares,
No entanto, ficam eles à nos importurnar
Vomitando velhos ecos de altares.