Fiz muitas caminhadas.
Nelas às vezes o Sol me acompanhava,
Em outras a Noite era a amiga nessas estradas.
Tantos velhos ideais visitei
Porém nenhum era aquele que buscava.
Vendo as pessoas seguirem a contragosto
Estradas pré-concebidas
Quis deixá-las todas
Sem maiores despedidas.
Porém enquanto eu deixava as velhas estradas só ouvi:
“Ai de ti que quer ir sozinho
E seguir seu coração!
Mas, ai mais de nós, não temos razão:
Estamos à contragosto neste caminho!”
Penetrei na mata à beira das estradas
E comecei sozinho meu sonho edificar!
Esse sonho não apenas de criar e ensinar,
Mas, de aprender, sofrer e amar!
Com o tempo muitos passaram
Curiosos onde estava:
Uns cresciam comigo e colocavam
Seu tijolo na obra.
Outros apenas queriam roubar
Os poucos que nos sobravam
E diziam:
“Sois egoísta! Edificaste um sonho à sua maneira!
Não segues regras?
Sua mente a loucura beira?
O que tem de melhor seu coração louco
Do que os que seguem um sonho já pronto?”
A esses nada respondia.
Não era necessário falar.
Pois, apesar de negarem,
Eles conhecem o seu pesar:
O de serem criaturas sem ânsia!
Seres sem vida!
Que dia a dia vivem
De ideais cruel despedida!
Podem tentar me parar!
Mas é a vontade de voar
Que me mantém nas alturas!
É a sede de mudar
Que me dá loucuras!
E isso não me podem roubar!
Faço o que faço porque amo!
E se não fosse esse amar
Como exigir o direito humano
De um sonho edificar?
Para a regente do coral municipal de Limeira,
Andréia Siqueira,
que ousou tomar um caminho só seu