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Certas mulheres

Se tivesse que te dizer algo

Se tivesse que te dizer algo
Diria que não gosto de você.

Não gosto do seu cheiro
Do seu hálito
Do seu riso fácil
Da sua anca indócil.

Fatalizado pela máxima bíblica:
“O que devo fazer não faço
Mas o que não devo faço constantemente”

Te como todos os dias alegremente.

Mas há o postulado que me conforta,
Lá no Novo Testamento que exorta,
Que mal nos faz o que sai da boca
Jamais o que entra na supradita cloaca,

Por isso nem todo o caldo de sua vagina
Há de enviar minha alma incorruptível ao Hades
Que segue preceitos sacros como sina
Por exagerar na exploração de todos os seus lugares.

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Certas mulheres

Quis fazer dos jogos livres

Quis fazer dos jogos livres
Teus brinquedos preferidos
E nos teus desdéns me exiges
Todos os sentidos aturdidos.

Agora vai, ninfa irresponsável,
Atirar minha alma ao Estige
Pois a do tolo imponderável
É a textura que se exige

Para se entregar aos devaneios
E recitar versos de cor,
Para se enlevar dos receios
E mergulhar no torpor.

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Certas mulheres O Fim

Mulher Demoníaca I

Ah Tu que fria
Ergue-te assim
Diante de mim
Altiva e esguia,

A me olhar
Com o olhar das serpentes!

E em meio aos movimentos eloquentes
Da tua língua audaz
Vi o portento que nos traz

Desejar-te, ó carne feminina,
Caixa de Pandora
Contedora de prazer!

Vêde que feliz creio que te sei fazer
Se nos meus braços lhe envolver
E olhar nos teus olhos negros e demoníacos
Que tua vilaneza denotam,
Ó mulher sombria,
Filha arredia
De um apátrida sem par!

Vede que pousando minha mão por detrás da tua cabeça,
Enquanto a outra pelo teu corpo talvez desça,
Posso sentir mais profundamente, ó força,
Que vejo encerrada nesses olhos felinos!
Nesses belos traços femininos!

Mulher!
Teu perfume é o vácuo que se encerra no coração!
Tua atração é a frieza e o cálculo da tua razão!

Ó morena de olhos malditos,
Como eu te amo!
Digo mais!
Me sinto diante de algo luciférico,
Me parece que as chamas do inferno
Ardem no formato lindamente esférico
Dos bicos dos teus seios!

Mulher! Tu és lindamente pérfida!
Maravilhosamente macabra!
Perfeitamente fétida!

Fazer amor contigo
É como adorar o demônio!
Beijar-te o umbigo
É despertar fúria
Que ensoberbece o coração e faz injúria
Às coisas divinais!

Ó morena fria
De lábios cheios de lembranças sepulcrais!
Ó morena fria
De infernos lindamente vaginais!

Penetrar-te é mergulhar no Averno!
Alucinar-te é compactuar com o eterno…
…Eterno gozar de prazeres do Orco!

Ó morena fria
De falar tão terno!