Toma pinga preta,
Velho gozador!
Toma tua água benta,
Velho cantador!
Chega!
“Dias e noites frias” não!
Chega de “solidão”!
Chega de “luta entre o bem e o mal”!
Chega de “forma abismal”!
Chega de “alma do mal”!
Chega de “lenda ideal”!
Chega de “sentir sepulcral”!
Chega de “sonhar”!
Chega de “cantar”!
Chega de “Hessear”!
Afinal, o verso tem que acabar
Já ou daqui um ano!
Puta-que-o-pariu!
Viva o nosso Brasil!
Viva o humanizar!
Ah! Mania de cantar!
Eu quero é escrever escrachadamente!
Pornograficamente!
Pornochanchadamente!
"Orgia"?! Que nada! É "suruba"!
"Coito"?! Que nada! É "fodeção"!
Dissecação!
Putrefação!
Corrosão!
Diversão!
Ilógica! Loucura! Vida! Morte!
Ha! Ha! Ha!
Palavras ao nada!
Culpas marcadas!
Bendita humanidade!
Viva o “filho da puta!”!
Bendito e agraciado seja, ó gritar de “Viado!”!
Morfético!
Lazarento!
“Excremento”?!
Não! “Merda”! É “bosta”!
B! O! S! T! A!
Bosta!
Fedorenta e quase líquida.
Incolor.
Inodora.
Insípida.
Quase água
Pura e cristalina
Dentro da latrina
Que é a mente!
Essa velha… “incoerente”?!
Não! Gagá mesmo!
É uma big duma privada
Totalmente depravada!
“E antes do dia terminar
As águas vão rolar
Quando eu a descarga puxar!”
Assim canta o homem do seu trono,
Do qual domina no seu mundo
Enquanto ouve, lá no fundo,
A merda saltar!
E viva o tamanho escrachar!
Trabalhar! Batalhar! Armar!
Gozar!
E ergue uma parede de sonhos!
Um obelisco de ideais!
Big!
Pig!
Porco
No Orco
Conversando com Dante!
Avante meu Brasil!
Avante esfera terrestre!
Produzir! Trabalhar!
Comer! Cagar! Procriar!
Vá pra casa homem!
A patroa fez tua janta
E tá morrendo de tesão!
Normalmente tu come a janta
E a patroa dorme!
E viva o tédio matrimonial!
Viva o matrimônio! Lenda ideal!
Viva o matrimônio perfeito:
Ele é o estômago da família achando que é o cérebro!
Ela é o cérebro da família achando que é o estômago!
Só que ninguém achou o coração!
Viva o matrimônio!
Essa inversão de papéis!
Essa subjugar de réis!
Essa desculpa pra bordéis!
Acorda homem! Vai trabalhar vagabundo!
Você poderia possuir o mundo
Se não ganhasse salário mínimo
E se, no mínimo, você se importasse!
Vai trabalhar vagabundo!
Vai trabalhar infeliz!
Afinal, seu filho quer um vídeo-game!
E não adianta vir com ar de quem teime,
Pois o que ele quer é o vídeo-game!
Ler pra quê?
Viver pra quê?
Sonhar pra quê?
Na televisão tem aventura
Pra que se importar com a loucura
De ter ou não tesão?
E dá-lhe frustração!
Dá-lhe alma, televisão!
Dê-lhes alma, novela!
Dê-lhes fantasia, Globo!
É melhor do que L.S.D.!
É melhor do que S.B.T.!
Viva a T.V.!
E antes que eu me esqueça
(E essa poesia mais cresça)
Vão todos tomar no cú!
Obrigado.
Amém!
Libertas quae sera tamem.