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As an innocent flower

As an innocent flower
Drawn by the hands of a child
Bloomed my heart for love.

However, in a world which sanguine poets encloses,
My love was imprisoned
Like a flower inside a glass dome.

The dome distorts my visions.
The dome rules my sensations.
The dome refracts my external perceptions.

I was condemned to live the free love…
…Free of my own!

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Quando tudo temos

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Solidão

I-Cotidiano (a quota de um ano)

Eu sou um demônio cansado
E cansado sigo.
Queria ter um amigo
Mas só tenho o meu C.D.

Eu sou um humano comum
E comum me desligo.
Queria ter um abrigo
Mas só tenho o meu apê.

Eu sou um animal covarde
E covarde me obrigo.
Queria conversar contigo
Mas só conversa comigo a T.V.

Eu sou um homem calado
E calado te digo
Que este terno e esta gravata com os quais estou vestido
Fazem com que os outros não consigam me ver.

Eu sou um deus como qualquer um
E como qualquer egocêntrico consigo
Ficar sozinho sem o perigo
De ninguém me submeter.

Eu tenho dois controles remotos.
Eu tenho um amor remoto.
Eu tenho um remoto pensar
De que estou vivo em algum lugar

E em algum lugar te digo
Que te amo e queria estar com você
Mas alguém desligou a T.V.
O C.D.
E você!

Turn Off!

II-O estranho no apartamento

Eu tenho uma coleção de noites sem sonhos.
          Gostaria de ver?
Eu tenho uma galeria de dias repetitivos.
          Quer conhecer?

Eu tenho uma porção
De mundos virtuais
Na minha recordação!

A criança-e-suas-mitologias cresceu!
A criança-e-seus-livros-de-história cresceu!
          Já é um homem!
E hoje os vermes o consomem
Esperando retornar ao pó!

Você pode me ouvir?
Tem alguém aí?
Há alguém aí, fora dessas quatro paredes?
Ou acima deste teto?
Ou abaixo desse chão?

Sabe o que é, não queria te importunar,
Mas é que o concreto
Do meu coração
O colocaram mal.

E eu sinto umas coisas estranhas!
Li em livros que se chamam tristeza e solidão,

Mas ninguém as conhece
Pois nas suas entranhas
Dizem do sangue ser gelado!

Sabe o que é,
Eu não queria te importunar,
Mas queria que você descesse aqui
Pra gente se abraçar!
Só uma vez!
Só uma vez…

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À minha morte (que com certeza não é a sua)

Já nos encontramos antes, não é?
Não foi ontém mesmo que te vi sorrir para mim
Enquanto eu cantava e dançava
Por sobre verdes e viscosos túmulos?

Então, tu sorriste para mim…
Sim… Não sei se como rameira, se como esposa,
Porém, sorriste…

Sim! Não só sorriste
Como caminhaste em minha direção
E disseste coisas amorosas ao meu ouvido…

Agora, que te vejo assim tão bela,
Depois de passado tanto-tão pouco tempo,
Vestida de tal forma que espelhas
Minha alma noturna e cheia de estrelas,
Estou possuído pelo êxtase insano da possibilidade de cortejar-te.

Bem, queria lhe dizer para que saíssemos à caminhar então,
De braços dados como dois bons amigos,
E conversássemos um pouco sobre coisas pouco peculiares.
Afinal, minha mente tão cansada já não pode (ou não quer)
Perder seu tempo com assuntos que não condigam com a banalidade.

Bem, queria lhe dizer que foi um prazer lhe rever,
No entanto, não está um pouco cedo para que conversemos?
Afinal de contas, tu prometeste voltar só na próxima primavera
E vejo que viestes já no inverno,
Um pouco antes do determinado.

Ah! Já sei! Quiseste fazer-me uma surpresa, não?
É típico de sua personalidade!
Porém, tenho que lhe dizer apesar do agrado que todo esse lisonjeio me provoca,
Deveria de qualquer forma ter me avisado para que eu pudesse me preparar.
É claro que tudo isso quebraria o espírito da surpresa
Mas, morrer assim, sem um ataque cardíaco,
Sem uma doença seriamente corrosiva,
Tenho que admitir que é por demais pouco sociável aos olhos de outrem.

Tudo bem, sei que somos amigos íntimos
E que à ti dou certas liberdades que não tem com os outros,
Mas, temos que convir (apesar da nossa mútua admiração-ódio secreta)
Que não convém, principalmente à ti, ter preferências.

Ah! Então não se trata de uma preferência!
Mas sim de um capricho!
Uma vingança-brincadeira arquitetada para sua diversão!

Não! Não me incomoda!
Mas, tenho que dizer que não entendo o motivo do ardil
E menos ainda porque contra minha pessoa.
Nããão… Claro que não. Não me incomoda e nem são necessárias suas desculpas.

Só há uma coisa que penso.

Passei a vida toda te inquirindo, te cortejando e te amaldiçoando,
Agora, já que (apesar das divergências) sempre estivemos juntos,
Não vejo o porque do nosso relacionamento tão sério, tão bem estruturado
Tenha que se consumar de maneira tão fútil.

Nããão… Imagine! Jamais poderia postergar nosso derradeiro enlace,
Mesmo que este ocorra em circunstâncias peculiares.

Que seja já!

Vem amada!
Perdoa as minhas frivolidades!

Abraça-me forte.
Fecha os meus olhos.
Deixa-me descansar…

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Não.

Não.
Das tétricas furnas
Não quero saber nem a metade
Das histórias noturnas
Que permeiam a incerteza
Ponderando se a frieza
Seria o caminho ideal.

E de banal em banal
Se fez montante colossal
De vespas e bestas,
Adeptas da colméia hilariante
Onde juntam-se soldados
Por juntar-se simplesmente
Enquanto operários ao mel assalariados
Batem seu cartão vespa-vespertinamente.

E se Lúcifer
Não ditasse as regras
À Estrela da Tarde
Como Estrela da Manhã que é,
Que se faria das cegas
Que vagueiam por sob o sol que arde!?

Não haveria ardil que ostentasse
Ou forma que reinasse
Com seu pétreo trono
Sobre esse reino de “flashes” vermelho-sanguíneos
E sombras verde-purpúreas.

No entanto, na caixa de 32 lápis Faber-Castell
Se depositou todo o segredo de uma criança
Que não sabia o que era giz pastel
Mas estava disposta à barganhar com o demônio
Se precisasse atirar sua alma estúpida ao lôdo.

E no todo
   Verseja
    O mundo
      Que num segundo
        Imundo
          Se mantém
            E retém
              O movimento
                Opulento
                  Das potestades,
                    Majestades
                      E tropas
                        De Ases de Copas
                          Atirados sobre a mesa
                          De incerteza
                            Em que apostamos tudo
                              E não levamos nada
                                Que dissecada
                                  Não se demonstre vazia.

E na pia
Uma navalha espera um pulso.
E no sofá
Uma alma espera o impulso
Que faça a lâmina avançar.

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Metamorfoses de mim

Metamorfoses de mim
Foram expostas aqui
Para o público se divertir.

Quadros em exposição,
Molduras em esmaecência
Perdem por entre a decadência

A razão de se ostentar imagens por sobre um jardim de esferas de cristal.

Não seria de todo mal
Se sequer um jasmim
Quisesse crescer por aqui,

Mas, sob esse céu esbranquiçado,
Tendente à aparência do gessificado,
Só flutuam esses quadros de pública admiração
E esses mundos de vítrea formação.

Relva verde se espalha
E mortalha por sobre nossos olhos
Falha quando seguramos um universo.

Roubá-los do ar,
Tantos que são,
Não exige o arquitetar
De nenhum plano vilão.

Basta estender a mão ao alto
E roubar da árvore onde frutifica tanto dióxido de carbono como oxigênio
Retirando de sua flutuação
Esse círculo 3D de formato homogêneo.

Contemplá-lo é como rir da sombra
Que viaja rumo ao nascente
Fugindo do avançar do sol para o poente.

Atirá-lo numa moldura
É ver escorrer seu transparente sangue
Dissolvendo aquela imagem da loucura.

E se prisma fosse
E o prisma não fosse
Vegetariano
Decomporia o espectro arco-iridiano

Nas luzes do sol.

Agora,
Luzes por luzes,
Fica por isso mesmo:

Seduzes
Lilases
Fugazes
E és esfera por fim.

Por isso, sento-me toda tarde no meu jardim
E fico à contemplar as metamorfoses de mim.

 

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Introitus, Dies Irae, no Kyrie Eleison for me

Após “séculos” perseguido por folhas amareladas (não importa onde as aprisionasse, não havia armário, gaveta, sótão, que as mantivesse muito tempo longe da minha mente), decidi finalmente publicar as minhas insanidades de alguma forma. Não como quem tem alguma pretensão à grandiosidade mas, com mais acerto, como quem tem uma pedra no sapato por 20 anos e então, sem muita pressa, começa a pensar que precisa fazer algo a respeito.

A idéia deste blog é publicar material alternativo ao meu livro, que surgirá por aí nos meses vindouros.

Poderia desejar uma boa leitura, mas realmente não credito que isso vá acontecer…

(José Au)Gu(s)to Meirelles

PS: Lacūs: latim nominativo plural para “lago”. Registrar domínios ultimamente exige criatividade.