Se jogada à toa
Por sobre o papel foi a poesia
É porque tardia
É a hipocrisia do escritor.
Categoria: Versos Medíocres
A marca de Cain
Escrita em minha testa está,
Pois atrozes confusões
Me perseguem para onde quer que eu vá.
Judeu errante,
Minha vida não tem descanso.
A brilhar como um louco diamante
De todas as desgraças já me canso.
Tento edificar e caio.
Tento me sobressair
E, mesmo assim,
Riem as aves noturnas de mim.
O fardo, o pesar
Me faz baixar a cabeça.
Essa marca já me cansa o existir
Impedindo que eu cresça.
Se infelizes somos nós, mortais que somos,
E nossa vida um show de luzes cegantes,
Pergunto: Que compomos?
Um bando de judeus errantes?
Me roubaram no ápice
A glória do triunfo
E me deram para brincar
O tormento de um defunto
Que morreu pensando:
“Muito ainda há o que fazer
Não me roubem a vida agora.
Não quero morrer!”
Cansado talvez,
Talvez faminto,
Só posso dizer
Do grande tédio que sinto
Em ser roubado assim.
E se sãos poucos os meus esforços
Sinto muito,
Dei tudo de mim
Até o fim…
Eu penso em você
Enquanto um louco diamante
Continua a brilhar,
Doce amante.
Gostaria que você
Estivesse aqui
Pra me fazer sentir
O calor da vida que perdi.
Te adoro.
Basta ou será necessário mais?
Para mostrar
Os pontos iguais
Dos nossos destinos.
Ouço canções
Perdidas em sonhos.
Ouço sonhos
Perdidos em canções
Que foram cantadas
Por um louco que amava calmamente
As ondas do mar
Que buscam cada uma seu par.
Meus olhos foram vazados
Por uma verdade inegável!
E cego para as ilusões
Vejo em sonho uma verdade insaciável
Que quer me consumir!
Que quer estar ao seu lado!
E me levar a estar
No teu ombro recostado.
Palavras de amor
Sonhamos todos nós.
Não quero repetir
Versos dos que foram sós.
Não há lugar para sonhos aqui.
Tudo é calmo e tranquilo…
Que grande crise de inspiração!
Você, linda, perguntou-me certa vez,
Confesso, me pareceu a princípio insensatez:
“Você chora?”
Sou humano, sou mortal,
Meu coração de sonhador é sem igual:
“É claro que choro”, respondo sem demora.
Penso. Tão frias são as pessoas.
Sua profundidade está mais para lagoas
Do que para o furioso mar.
Quem não é capaz de chorar
Ante a força silenciosa do mar
Que as areias da praia fica a acariciar?
Ou ao ver,
Tão lindo,
O sol se perder
Atrás do horizonte?
E muitos são os que choram
Ao observar o curso do rio de cima da ponte.
Quem não chora ante a injustiça?
Quem não verá os olhos do ódio brilharem
Quando os sonhos se despedaçarem?
Choramos sentimentos incontidos.
Sofremos ou sorrimos tocados
Muitas vezes pelas nossas próprias lágrimas.
É custoso sonhar?
Não, não é.
Tente. Você pode tentar.
Sonhe com um mundo
Que respira o alento da vida fundo
Neste sonhar de um segundo.
Veja. Você pode ver.
O sol nascer
Por trás da montanha do saber!
Cante! Você pode cantar!
Cantar é o linguajar da alma!
É a esperança a te acalmar!
Sonhe! Você pode sonhar!
Com um amor ideal!
Com alguém que pra você é sem igual!
Lute! Lutar é necessário!
Não há morte como salário.
Há vida aqui neste cenário
Criado pelo seu coração!
E se a natureza da emoção
Não for o principal,
Sinto, mas o resto é banal!
Um homem, uma mulher,
São definidos pelos seus sonhos!
Se não os temos, que somos?
Se não os somos, que temos?
Não deixe seus sonhos morrerem.
Principalmente os de criança!
Pois se estes fenecerem
Na vida não há mais esperança!
Mude! Você pode mudar tudo!
Basta apenas desejar!
Você pode possuir o mundo!
Basta apenas amar!
Erga tua voz para os ventos!
Fale com a noite ao relento!
Converse com os pássaros do firmamento!
Eles te ajudarão!
E se por vezes só resta a escuridão:
Sorria!
Erga teus braços!
À luta!
Não vamos chorar pelos pedaços!
Construamos o porvir!
Vamos sorrir por um sonho!
Vamos sonhar risonhos!
Menearam a cabeça
Três senhores corteses
Em sinal da espessa
Teia de seus deveres.
Os ares londrinos
Se fizeram presentes na minha mente
E em latrina complacente
Se jogaram suicidas as escórias desses versos albinos.
I-Hipócrita
Estou novamente brincando de escrever.
Não percebe leitor
O meu orgulho verborrágico?
Não te parece trágico?
Um poeta morreu…
II-Páginas
Faltam mais de vinte linhas
Para o fim da página!
Faltam mais de milhares de dias
Para o fim da minha página!
III-Lágrimas
Faltam mais de vinte lágrimas
Para o fim da linha!
Faltam mais de vinte recordações imáginas
Para que minha vida deixe de ser vivida…
…Sozinha!
IV-Váginas
Rima com páginas e com lágrimas,
É palavra quase inventada
E não possui a menor arte.
Mas, dito a parte
E sem acento
Há sempre uma,
Até hoje,
Que não esqueci…
Consegui!!! A página acabou!
Desci da terra.
Devorei a humana esfera
Que prende as mentes mortais!
Pelas minhas veias corre sangue quente.
Me arrependo facilmente
Só que mais fácil me dou ao riso do que: “Nunca mais!”
Experimento néons e sinto
Correr pelas minhas veias e pressinto
Deixar o pó a criatura que mora em mim!
Não existem regras ou leis que me façam parar.
Meu canto ou ousadia nunca conheceu cessar.
Giro, giro e corro, mas sempre volto à mim!
Ébrio a caminhar entre os sãos!
Porque vivamente bêbado é o meu coração
Que já bebeu do vinho da loucura!
E se você acha que sou frágil e fácil,
E que quando te vejo me torno tão retrátil,
Dê-me sua mão e sente-se comigo na mesa da amargura!
Muito conversaremos
Ou nada falaremos.
O pesar não é tão grande!
Poderemos dormir juntos,
Fazer amor ou ficar como defuntos.
Você decide o que quer do seu amante!
Mas, não me incomode com a pobreza dos seus versos!
Os meus já estão tão dispersos
Que não ligo se o que ruge é mar ou fera!
Só uma coisa me inspira:
É saber que toda essa mentira
A verdade ansiosa espera!
Podridão fétida!
Bactéria humana!
Injustiça e inverdade!
Falsa humanidade!
Mentimos nós
Mais fácil do que respiramos!
Falsos somos quando amamos
Mais ainda quando odiamos!
Duas faces.
Dois pesares.
Duas vidas.
Uma única putrefação!
Humana raça.
Raça de animais.
Mentirosos benditos.
Santos predadores.
Putrefação,
Bactéria,
Inverdade
E miséria!
Traímos nossos aliados
Com um sorriso nos lábios
Já descarnados.