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Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Separação: Dores de parto e outras dores Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Desespero

Conheceste já, caro leitor,
Uma alma pela qual te apaixonaste
E fez com que das demais tu desdenhaste
E só na primeira é que vias os olhos do amor?

Bem, gostaria de saber se acaso
Quiseste dela apenas ouvir palavras amorosas
Por toda a vida,
E traçastes planos, mesmo diante das idéias receosas

(De perder e fenecer),

Que possuíam abrangência
Para toda uma existência?

Gostaria de perguntar-te,
Assim desesperadamente e arrancando os cabelos
Ó leitor,
Se teu coração quando separado do dela só fazia apelos
De esquecer?

Gostaria, ó caríssimo e desconhecido leitor,
Se teu coração idealizou a tal ponto uma mulher
Que tua razão, mesmo diante dos fatos, aceitar não quer
A verdade que se demonstra com horror.

Gostaria ainda, ó estranho,
De saber se de instante a instante
Tua mente gritava – Não! –
Diante da insistente recordação.

Pois assim, e entre tantas outras prisões,
Divagam minhas emoções
Enclausuradas no padrão platônico
Do meu sentir agora catatônico!

Vêde, ó tu que viajas por estas linhas!
Eu que a alma cravada de esperanças minhas
Tive que arrancá-las uma a uma para que não me sufocassem!
E agora criaturas de vinganças voluptuosas brincam como se fogo me ateassem!

Ó caríssimo, dize-me! Explica-me!
O porque do rondar de tais destruições no meu existir!
Eu que só queria amar verdadeiramente
(Tantos são os que brincam com tais sentimentos tão indecentemente)
Fui obrigado a ver o arrancar de tudo rumo ao nada
E ver todo sentimento cair como se tudo não fosse piada!

Argh! Que dor insuportável!
Que lástima sem fim!

Me desviando… Me desviando da lembrança inevitável.
Pra que carissimo?

Eu só queria a amar…
Só amar…

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Algum Ódio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Uma moeda e uma enciclopédia

Uma moeda para o tolo!
Uma forca para o sábio!
Uma enciclopédia para o bastardo!

Um doce lábio
Cortado em meio ao furioso brado
De se arquivileplanejar vinganças!

“Lay me down!
Pay me now!
Crash me now!
Put me on the ground!”

“Heeêy me down!
He-ê-ê-ê-y me down!”

“All over you!
   All over me!”

Maldita intelecção!
   Maldita dissecação!
     Rios de protoplasma!
       Ataques de asma!
         Ereções incontidas!
           Mulheres despidas
             Na imaginação!

Cruel, cruel brincadeira.
Infeliz, infeliz asneira
De pensar!

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Mundos de tinta

Como posso eu viver
Em tantos mundos imaginativos,
Entre os espaços criativos
Da minha mente salva da loucura

Pela loucura?

Abro os meus olhos
E ao meu redor
Vejo paragens
Dos livros cujas histórias sei decor!

Ciganas,

Mulheres ternas e doces,
Mulheres ternas e demoníacas,
Crianças de minha ânima provindas,
Verdades elípticas
De passados caídos!

Ó minha infância extraviada!
Minha adolescência enclausurada!
Minha juventude conturbada!

Rios de solidão descritos
Pelos meus versos proscritos,
Cheios de fantasia.
Espelhos negros de minha vida vazia!

Sonhos tão belos!
Delírios tão caros
De lírios tão raros
Nesses jardins!

E eu, que aqui vim,
Me pergunto agora
Pela demora
Pelo encontro com o sentido!

Pelo dia em que despido
Deixarei de dissertações!

E despido,
O fulgor perdido,
Ideal esquecido…
…Não!
Lembrado sempre!

Porém incompreendido
Pelas minhas atuais sensações!

Vida sem forma!
Vida sem norma
Para adaptações!

Ai! Cansado!
Malfadado
Largo a caneta,
Esse punhal!
Que dia à dia faço penetrar meu coração!

Meu sangue é azul!
Negro!
Vermelho!
Verde!
Multicor!
Quatro-cores!
Dores!
Odores!
Amores!
Sangram e sujam minha mão!

Ah! O sangue faz tanta pressão…

…Se não jorra um pouco
Parece que tudo vai arrebentar.

E não há como calar!

Não há como fechar
Essa ferida aberta no peito
Que clama o humano direito

De sonhar,
  De calar,
    De amar,
      Viver
        E morrer…

          …De esquecer…

…Tudo quanto escrevi
E tudo quanto senti!

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} O Anel da Vingança

O círculo se completa.

Mas a incapacidade de colocar
O Anel da Vingança no dedo
Me faz acordar todas as noites assustado
E cedo
Me sinto forçado
À bradar aos ares minha dor!

Colocar tal anel é necessário,
Porém a reclusão nas aparências me tortura
E escura
Vem a noite sobre meus pensamentos!

São decisões de momento,
Só que meu intento
É bem outro!

E não quero perseguir enteados queridos,
Nem fantasmas esquecidos
Que querem ser carregados até o infinito!

Hoje é um dia
Em que a monotonia
Está longe
E finge aqui estar!

Pois o hoje é um canto
Onde o espanto
Não vai passar!

Pois tais sentimentos são bem conhecidos:
Um coração vendido à naufragar!

E Sombra!!!

Te vi sentada por sobre o muro
E enquanto dialogávamos,
Te juro!

Não era nada disso que queria!

E Sombra!!!

Não era assim que aconteceria!

Vivificai,
Ó Forma,
Nas trevas
E quebres
Minha razão!

O coração fala alto
Mas de assalto
Corrompeu-se sem motivação!

Forma!
Eu te vi gestada no firmamento!

És aquela estrela adorável
Com a qual meus olhares sempre cruzavam…
E sonhos gestei por este astro imensurável!

Carreguei-te por nove meses!
O tempo de uma vida.
E a despedida do feto de do útero
Se aproxima!

Circunsclaro vejo
Que desejo
É bom demais

Mas nos anais
Se viu relatado
O fato

Dele não se realizar sem sangue!

“Como é que se diz: Eu te amo?”
É um pacto com o demônio:
Sangue, promessas, frustração.

No rádio uma legião
Fala de coisas que há muito esqueci
E que, talvez,
Jamais senti!

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Quem sou eu?

Quem sou eu
Que intento tanto?
Que busco tanto
Pra fazer calar?

Quem sou eu
Que escrevo sempre
Querendo nos versos buscar
Os sentimentos que meu coração não sente?

Quem sou eu
Que busco sentido?
Que de moral procuro estar despido
Para menos regras me enclausurar?

Busquei na decência
E não encontrei.
Me entreguei à decadência
E dai?

Só vi o Caos na Ordem.
A Ordem no Caos.
E no fim tudo me pareceu
Uma infinita desordem!

Regras?
Quem as ditou?
Algum outro humano
Que sentido na vida também não encontrou.

Nossos falsos líderes
Também choram.
E os religiosos quando oram
Também questionam se é sano o seu Deus.

Pessoas respeitáveis?
Qual a diferença
Do casto e do lascivo?
Um se crê correto
Seguindo princípios
Que nem sabe de onde vieram
E o outro segue instintos
Que se lhe deram.

Qual a diferença
Do virtuoso e do viciado?
Um infeliz na virtude aprisionado,
O outro, feliz no vício, se crê enclausurado.

Qual a razão
Do que pregas?
Qual o Amor
Se este lhe deixa as cegas?

Mentiras e verdades.
Rótulos e títulos.
Se ninguém os tivesse dito
Onde estariam tais insanidades?

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Círculos

Frustração constrói ideal
Frustração destrói ideal
Solidão ressuscita ideal
Necessidade mata ideal
Revolta o traz do caos
Imposição o devolve ao limbo
Ódio lhe dá vida
Derrota já causa nova despedida.
Inquietude lhe diz olá
Realidade já dá o adeus
Frustração constrói ideal…

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} A morte da filosofia

Em determinada noite, como sempre fria,
Morreu uma tenra Filosofia.
Sua vida foi reta e justa
E seus ares sempre a fizeram augusta.

Sua assassina foi a Mudança de Opinião.
Esta há muito lhe veio sorrateiramente,
Com conversas singelas, cheia de razão,
E quando não se esperava, cravou-lhe uma faca no coração.

Levada à julgamento
A todos fez ver
Que o seu assassínio
A alguém fez crescer.

E estava absolvida já
E todos lhe davam a mão
Quando chegou a última testemunha:
A Razão.

Esta última disse:
“Eu tudo presenciei.
Inclusive os fatos que depois transcorreram
Aqui a todos relatarei.”

“Foi num dia de imensa frustração
Que a Mudança de Opinião atacou,
E, sua aliada, a Opinião Alheia,
Muito lhe ajudou.”

“Viu-se a Filosofia atacada pela Sociedade.
Fugiu e encontrou a Solidão
Que só horror lhe causou.
Tentou defender-se e só um cão lhe escutou.”

“Mas, com coragem única lutou
Até que o Desejo consigo cruzou
E perguntou-lhe – Qual seu sentido?
E ela enfraquecida e sem resposta desmaiou.”

“Mudança de Opinião,
Que como traidora lhe acompanhava,
Viu seu corpo caído
E desferiu seu golpe que em covardia se ocultava.”

“A Filosofia morreu desacordada senhores.
Pois se estivesse desperta
Não conheceria tais horrores.”

“Não sei dizer qual o seu sentido
Não sei dizer se certa estava
A Mudança de Opinião.”

“Só sei uma coisa:
A Filosofia à muitos homens
Deu valor e coração.”

“E mais,
Filosofia foi morta,
Em meio a uma grande armação.”

“E os fatos que transcorreram depois
Creio que todos sabemos.
Nossos pensadores e contestadores perdemos.”

“O mundo perdeu as rédeas
E seus corcéis tem sido
Insanidade e Injustiça.
Loucos ambos em sua corrida.”

Depois disso a Razão silenciou-se.
Dizem as lendas que, Filosofia,
Na verdade não morreu: transformou-se.

E hoje é cortejada pelos bêbados,
Vendida nos prostíbulos,
Usa batom e sai aos sábados.