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Algum Ódio Teen Drama

Autofagia

Cuspir e beber o escarro,
Jurar largar
E novamente cair em desvairo,

Talvez seja essa a dualidade
Sem sentido do viver:
Não se fazer planejando como se faria.

E de tanto sonhar,
Tanto querer,
A falsa moral nos joga nesta Autofagia.

Sentimos o ensejo
Mas perdemos o sabor!
Temos o desejo
Porém obscurecemos seu valor!

Por que?!
Por regras que ninguém entende?!
Por tradições que ninguém compreende?!

Tolos somos nós!
Seguimos uma lei
Que só nos faz ficar sós
Aqui na escuridão!

Vida obscura
De um caos insano!
Que em meio à loucura
Forja um plano

De construir!

Por cima de uma pseudo-ordem
   Vivemos.
Existimos na nossa mais real desordem!
E ainda há aqueles que não concordem

Com este pensar!

Debaixo da moral
Colocamos a felicidade!
E o que ganhamos?
Praticamos escondidos a nossa feliz “iniquidade”!

E muitos sofrem
   Escondidos
Com seus desejos
   Obscurecidos

Procurando a razão!

E o que mudamos?
Nada!
Vivemos sob velhos moldes!

Desejar, reprimir, fazer e… continuar!

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Algum Ódio Teen Drama

Juventude

Somos filhos do tempo.

Nos apraz caminhar ao relento
Para nunca estarmos sós.

Nos embriagamos sempre.

Não pelo prazer,
Mas para que a mente
Não nos importune ao adormecer.

Desviamos nossa atenção do mundo.

A música é nossa irmã-filosofia
Não precisamos da sabedoria
Só queremos o solar da guitarra rico e profundo.

Que nos importa se nos tornaremos bestas engravatadas?

“Quero me divertir e sair!
Que me importa se mais tarde
Viverei anos com alguém que não quero,
Com filhos que não saberei educar?”

“Quero comer mulheres gostosas!
Todos querem um papo dez.
E se possível,
Que venham todos cair aos meus pés!”

E passam os anos…

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Algum Ódio Teen Drama

Nós somos, nós tentamos

Cantar versos abismais,
Chorar lágrimas fatais
De tristezas esquecidas:
Estamos sempre falando da vida.

Tentamos esconder suas incongruências
Mas tanto faz:
Na decência e na indecência
Não há cadência, nem paz.

Tentamos em vão explicar
O fulgor do passado,
A passividade do presente
E o amargo sabor do inexperimentado.

Se o suor fosse todo nosso,
Se o fedor fosse todo seu…
Mas a mescla aqui não permite divisões,
Padrões e canções do seu e do meu.

Arrastai seus filhos para as sepulturas
Assim que eles escorregarem de seus ventres,
Ó formosas mães, cheias de doçuras,
Esta é a verdadeira filosofia dos crentes!

Qual é o padrão
Desta desregrada cavalgada
Que experimentamos nós
Que estamos sós?

Nos unimos por obrigação,
Nosso amor é só ilusão,
Por que construímos muros
Regras e morais para esta prisão!?

Bebei irmãos do néctar de uma vagina.
Urinai na boca de seus inimigos.
Sorvei comigo a essência da diversão.
Não será em vão!

Construamos uma casa de prazer.
Vamos dar cultura aos nossos filhos
Para que se tornem grandes fodedores,
Amantes do sexo e das belas palavras.

Vamos cantar uma louca canção.
Matar nosso mais fiel amigo.
Vamos nos destruir!
Essa é a nossa humana decadência!

Lágrimas da verdade!
Quem somos nós
Que vivemos tão sós
Aqui na escuridão?

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Interlúdio Teen Drama

À Procura da Alma

Andando pela terra
Com a mente viajando em céus
E o coração rasgando diferentes véus

Sigo.

Quis aqui edificar
O meu sonhar,
Numa busca sem fim que ele em si encerra.

Buscando os pedaços de mim
Perdidos neste mundo de formas sem fim
Caminho.

Enclausurado em tantos falsos ares.
Sonhando nostalgicamente com já visitados altares
Nos quais nunca estive sozinho.

Hoje, magicamente, ergo um pouco mais a fronte,
Contemplo o horizonte
E vejo o que há entre o centro e os extremos do meu ser:
Coisas que nunca cheguei a saber.

Não as via
E por isso acreditava que não existiam.
E duvidava
Porque assim meus pensares me restringiam.

Destruo a esfera do meu mundo
E vou voando em busca da minha alma!
Sou uma ave que saiu do ovo
E quer construir seu próprio ninho!

Vôo em busca da minha alma!
Essa amante desesperada,
Que chora dia e noite,
Esperando pela minha chegada!

Vou em busca da minha alma
E quero deixar de lado as ambivalências!
Segui o bem e segui o mal!
Segui à ambos e não houveram consequências!

Quero deixar de lado os extremos:

O desejo de purificar
E o desejo de corromper!
Agora, é seguir o coração
E deixar toda regra fenecer!

Vôo em busca da minha alma
Como o sedento em meio ao deserto.
Como quem sabe que seu objetivo é certo,
Porém, sempre tentou contorná-lo com calma.

E não quero mais a calma!

Tudo que quero é ver
O anseio divino ferver,
À mim, de novo, possuir
E minha trilha poder seguir!

Vou em busca da minha alma
Como quem buscou o poder!
Como quem buscou o vencer!
E agora vê que só a si quis ter!

Vou em busca da minha alma
Como quem quer as rédeas do seu destino!
Como quem quer seguir um desatino
De um sentimento que destrói a razão!

Vou em busca da minha alma
Como quem quis reformar o mundo,
Quis reformar à si mesmo,
Nada mais quis reformar
E viu que sempre andou a esmo!

Vou em busca da minha alma
Porque só quero poder abraçá-la de novo,
Poder deitar minha cabeça no seu ombro
E chorar tudo o que me obstrói o sono.

Vou em busca da minha alma
Porque no caminho da vida
Tudo que achei, comigo levei,
Mas, foi só esta alma
Que no caminho morrendo deixei…
…Que no caminho morrendo deixei…

Estou à procura da alma!

E por querer procurá-la
Já a toco!

Por querer tocá-la
Já a beijo!

E por beijá-la
Já vejo

Que entre tantas procuras
Esta sempre foi a do meu desejo!

E olhando todas as filosofias,
Todas as lutas travadas,

Vendo o sofrimento e a carência de sentido
De todas essas estradas,

Agora sim posso dizer,
Que de tantas caminhadas,

Foi buscando minha alma
Que todas quis empreender!

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Interlúdio Teen Drama

Ideal perdido

Não quero regurgitar
Velhas frases já engolidas,
Mas tantas são as lágrimas
E tão profunda é a tristeza da despedida.

Tão fracos foram os dias de glória
Que se partiram em mil pedaços,
E caindo no tempo
Se perderam no vazio espaço

Que é meu coração.

Crenças criam força.
Sonhos criam homens.
Loucuras tornam suportável a razão.

Mas realidade sem sonho
É como o avistar risonho
De sepulcral caveira
Que torna tudo enfadonho.

Ah! Mas razão sem crença
É como um útero estéril.
É como edificar um palácio
Sobre areia movediça.

Hoje só queremos viver,
Mas não era muito melhor
Quando queríamos a vida absorver,
Brilhar e reduzir a nada o pior.

Os homens tem coração negro
Mas a negritude em nós é sem igual,
Porque vimos o abismo e cuspimos
E hoje freqüentamos o tal.

Onde está nosso brilho?
Se perdeu na nossa mais cruel traição?
Inventamos tantas desculpas…
Para que?! Nem à nós mesmos convence essa falação!

Onde está nosso coração?

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Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Escadarias

O tempo se fecha
E armadilhas são forjadas.
Nos jogos do viver
Palavras ao nada são jogadas

       como se quiséssemos lhes dar sentido.

O tempo passa.
Torna pseudo-amigos
Em verdadeiros inimigos
E estes transformam

        aquele obscuro jogo de interesses num guerrear aflito.

Sonhos se perdem no tempo.
Tempestade sucede a calmaria
Completando o círculo vicioso
Da vida e suas diversas pradarias

        pelas quais cavalgamos de coração contrito.

Traições são forjadas
E me assustam.
Por que as pessoas preferem esse guerrear perspicaz
A um pouco de sana loucura e paz?

Nessas escadarias
Uma mão oferecemos para o carinho
Enquanto a outra
Para baixo puxa aquele que anda sozinho.

Onde estão os meus amigos?
Teria que os dedos arrancar
Para não sofrer a tentação
De tentar os contar!

Pessoas só admitem (se admitem)
Secretamente os seus erros.
Mas, por que minhas costas tem que arcar com eles
Na hora do seu desespero?

Nesta terra de cães
Justos sangram pelos criminosos!
E a nós que não somos nem justos nem injustos
Só nos resta ficar mais desgostosos

        com a vida!

Eu quisera entender
Porque você fez isso,
Mas nem sequer entendi
O que você fez!

Fui colocado numa parede
E a minha tortura foi
Fazer seu coração sangrar também
Como o meu sangrado foi!

E hoje
Procuro sentido!
Tento chorar mas não há lágrimas.
Quisera te perdoar mas estou despido

        De sentimentos honrosos…

Aqui apenas:
Sangue, morte e putrefação!

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Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Não quero chegar ao fim

Não quero chegar ao fim!
Quem quer? Afinal,
Pobre de mim,
Sou deus em forma mortal!

Delineando pensamentos gloriosos
E amores vivamente ideais!
Cuspindo nas fraquezas que me prendem.
Correndo e correndo a querer mais!

E corro em desabalada,
Sou o estouro da boiada!
Não me prendem laços fracos!
Não me seguram os teus traços!

De ti quero mais!
Não quero chegar ao fim!
De mim quero mais!
Não vou permanecer assim!

Transformando.
Mudando.
Mudado.
Transformado.

Louco correndo de encontro à parede,
Que outro nome não tem a não ser morte,
Mas, hoje a velocidade é grande e aumenta
Querendo assim atravessá-la com sorte.

Não, não quero chegar ao fim!
Ainda é pouca a velocidade.
Ainda é grande a mediocridade.
Ainda não senti você aqui!

Nas placas que passam ao meu lado
Vejo rostos que não conheci,
Conhecimentos que não adquiri
E sigo em frente
Esperando ser suficiente!

Ah! Mas tudo que eu quero
É chegar ao fim
E poder dizer que vivi!
Que a velocidade enfim
Mostrou que realmente corri!

“Delineando    “Transpassando    “Adquirindo
   Traços       Passagens       Loucuras
      Mortais”          Infernais”          Abismais”

Tríade de vozes insanas!
Estradas e vidas humanas,
Ambas são inertes!
Pranto teu tu não vertes

E nem mereces!
Afinal, no tempo e no espaço
Perdi o poder do traço,
Nem conheço o sabor do aço…

Não sei o que quero
Nem onde vou chegar.
Estranha necessidade esta
De querer te amar!

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Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Ódio de mim

Ódio!
Repugnância de mim sinto!
Podridão assim
Criação minha é!

E não outra!
Vêde que desde o primeiro suspiro de amor
Fui traidor!

Porque não fui forte o suficiente
Para manter-me fervente
No amor que suscitei!
Na vida que criei!

Pelos toques e apelos de uma meretriz…
Ah! Traí-te! Como se fosses para mim
Tão somente um belo pedaço de carne!
Ah! Ódio de mim!

Por declarar-te fidelidade
Enquanto estava de beijos
Com a minha maldade,
Com meus vis desejos!

Ah sonho! Como não acordei de ti!
Traí-me! Me esqueci!
Pior! Traí à ti!
Que será de mim?

Não quero ser igual
Aos demais que vomitam
Doces palavras
Enquanto sua mentira praticam!

Quero amar-te acima de tudo!
E se a alguém entregarei
Meu corpo e tudo no que acreditei,
Será à ti! Essa é a minha lei!

Ah! Ódio de mim!
Que não pensei em ti.
Que não cogitei
O erro que cometi!

Ah! Ódio de mim!
Por ser assim fraco!
Por ser assim como sou,
Por ser opaco!

Mentiroso!
Desgostoso da vida.
Não faça disso despedida!

Alivia meu pesar!
Não encerra o cantar!

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Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Sozinhos

Caminhamos tanto
E tanto caminhar parece impróprio,
Mas, o pesar mantém a sanidade
E a ordem, a repetição, mantêm-nos sóbrios.

Começamos num ponto distante
E hoje avistá-lo ainda é possível,
Porém, não sem lágrimas nos olhos
Ou um lamentar irreprimível.

Víamos no horizonte
Um sorriso puramente feminino
E quando abríamos os olhos
Era vista somente a sedução matando a um menino…

…Tornando-o um adulto.
No entanto, rebelde, sofrível e irracional
Era (e é) esse caminhar não menos sóbrio
Pelas paragens de um antigo sofrer habitual.

Esperamos muitos dias pela curva
Mas nunca tivemos um braço que nos abraçasse
Que algo além
De dor, ódio e frustração mostrasse.

Tanto caminhamos, sempre sozinhos,
Com, por vezes, o sol,
Ou, outras, a chuva,
Ou ainda uma noite irrequieta sem maiores carinhos.

Desejamos pouco menos que a perfeição:
Só um pouco de Amor puro…
Mas, só existe o pó do caminho sobre nossos pés
E o nosso olhar inseguro…

…No futuro.

E se chegamos ou não
   Pouco importa.
     O que impera é tão somente a solidão
       Que está sempre à porta
         Do coração
           Mostrando uma nova canção.

             E sua velocidade
               É sem par
                 Rapidamente nos faz chorar,
                   Morrer ou largar…

…A nós, que caminhamos sós,
Que desatamos os nós…

…Da vida!

Mas tal sofrer ao menos não é cruel despedida
Porque nunca houve encontro.
Nunca houve ombro para se recostar.
Nunca houve alguém para se amar…

…Que não nos tenha usado como depósito de frustrações.
Valemos mais que nossa aparência e dinheiro.
Mas são cegas as pessoas para nossos corações.
São cegas as pessoas para nossas ilusões.

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Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} Batalhas

Um dia entre tantos outros
Nós conhecemos um ideal
E com fúria construímos
Nosso sonho imortal.

Lembra-se de quanto a vida
Tinha um significado, um valor,
Maior do que a sobrevivência
E amenização de nossa dor?

Ah meu amigo!
Mas não é muito maior hoje a dor?
Nossos sonhos de imortalidade
Transformaram-se em dinheiro e comodidade.

Falsidades e pobres amizades.
Lembra-se de quando o companheirismo era tudo?
Só tínhamos uns aos outros
Mas isso era néctar para nós contudo.

E hoje que fazemos?
Somos vampiros entediados.
Sugamos uns aos outros descaradamente
No entanto, nas tragédias sempre enclausurados.

Recorda quando não agíamos
Como se estivéssemos num jogo de xadrez?
Éramos sinceros na lealdade e no ódio.
E hoje, complacentes do que criticamos uma vez.

Lutamos por nossa sobrevivência.
Toda a nossa cultura é usada só para a existência.
Nada fazemos mais por prazer.
Tudo se resume ao continuar e ter.

E o que diremos aos nossos filhos?
“Estudei muito e consegui um bom emprego!
Com muito esforço sustentei vocês!”
Será que nossa consciência nos dará sossego?

Quantas poesias não deixamos de ler e escrever?
Quantos livros não deixamos de fazer
Enquanto a busca pelo dinheiro e o medo
Deixou nossa humanidade a passeio?

Antes sugávamos o néctar da vida,
Hoje, em cruel despedida,
Dizemos “adeus” aos nossos sonhos
Que partem hoje risonhos

Deixando-nos vazios no coração.
E nós tudo enxergando
Ficamos apenas olhando
Em completa resignação…

Ergamos os braços!
Será que essa tempestade de fracassos
Tem que continuar à nos enclausurar?

Somos guerreiros do cotidiano!
Onde estão então os nossos planos
De fazer o mundo mudar?

Se a vida é dura
Muito mais duro é encarar
A falta de realização
Que estamos fadados a carregar!

Melhor morrer gritando: “Vivi!”
Do que passar a vida
Sussurrando: “Sobrevivi…”
Enquanto a esperança vai sendo perdida.

Com certeza cada um de nós
É um grande guerreiro que perdeu o coração.
Mas enquanto há inquietude
Há chance de transformação.