Vendedor! Vendedor!
Tem cajá?
Valise bonita essa…
***Sobre Asterix consulte: Novas Formas Poéticas
Vendedor! Vendedor!
Tem cajá?
Valise bonita essa…
***Sobre Asterix consulte: Novas Formas Poéticas
O Fim se aproxima.
Já! Vá ali na Gália
E me compre um ingresso.
***Sobre Asterix consulte: Novas Formas Poéticas
O tempo se fecha
E armadilhas são forjadas.
Nos jogos do viver
Palavras ao nada são jogadas
como se quiséssemos lhes dar sentido.
O tempo passa.
Torna pseudo-amigos
Em verdadeiros inimigos
E estes transformam
aquele obscuro jogo de interesses num guerrear aflito.
Sonhos se perdem no tempo.
Tempestade sucede a calmaria
Completando o círculo vicioso
Da vida e suas diversas pradarias
pelas quais cavalgamos de coração contrito.
Traições são forjadas
E me assustam.
Por que as pessoas preferem esse guerrear perspicaz
A um pouco de sana loucura e paz?
Nessas escadarias
Uma mão oferecemos para o carinho
Enquanto a outra
Para baixo puxa aquele que anda sozinho.
Onde estão os meus amigos?
Teria que os dedos arrancar
Para não sofrer a tentação
De tentar os contar!
Pessoas só admitem (se admitem)
Secretamente os seus erros.
Mas, por que minhas costas tem que arcar com eles
Na hora do seu desespero?
Nesta terra de cães
Justos sangram pelos criminosos!
E a nós que não somos nem justos nem injustos
Só nos resta ficar mais desgostosos
com a vida!
Eu quisera entender
Porque você fez isso,
Mas nem sequer entendi
O que você fez!
Fui colocado numa parede
E a minha tortura foi
Fazer seu coração sangrar também
Como o meu sangrado foi!
E hoje
Procuro sentido!
Tento chorar mas não há lágrimas.
Quisera te perdoar mas estou despido
De sentimentos honrosos…
Aqui apenas:
Sangue, morte e putrefação!
Não quero chegar ao fim!
Quem quer? Afinal,
Pobre de mim,
Sou deus em forma mortal!
Delineando pensamentos gloriosos
E amores vivamente ideais!
Cuspindo nas fraquezas que me prendem.
Correndo e correndo a querer mais!
E corro em desabalada,
Sou o estouro da boiada!
Não me prendem laços fracos!
Não me seguram os teus traços!
De ti quero mais!
Não quero chegar ao fim!
De mim quero mais!
Não vou permanecer assim!
Transformando.
Mudando.
Mudado.
Transformado.
Louco correndo de encontro à parede,
Que outro nome não tem a não ser morte,
Mas, hoje a velocidade é grande e aumenta
Querendo assim atravessá-la com sorte.
Não, não quero chegar ao fim!
Ainda é pouca a velocidade.
Ainda é grande a mediocridade.
Ainda não senti você aqui!
Nas placas que passam ao meu lado
Vejo rostos que não conheci,
Conhecimentos que não adquiri
E sigo em frente
Esperando ser suficiente!
Ah! Mas tudo que eu quero
É chegar ao fim
E poder dizer que vivi!
Que a velocidade enfim
Mostrou que realmente corri!
“Delineando | “Transpassando | “Adquirindo |
Traços | Passagens | Loucuras |
Mortais” | Infernais” | Abismais” |
Tríade de vozes insanas!
Estradas e vidas humanas,
Ambas são inertes!
Pranto teu tu não vertes
E nem mereces!
Afinal, no tempo e no espaço
Perdi o poder do traço,
Nem conheço o sabor do aço…
Não sei o que quero
Nem onde vou chegar.
Estranha necessidade esta
De querer te amar!
Ódio!
Repugnância de mim sinto!
Podridão assim
Criação minha é!
E não outra!
Vêde que desde o primeiro suspiro de amor
Fui traidor!
Porque não fui forte o suficiente
Para manter-me fervente
No amor que suscitei!
Na vida que criei!
Pelos toques e apelos de uma meretriz…
Ah! Traí-te! Como se fosses para mim
Tão somente um belo pedaço de carne!
Ah! Ódio de mim!
Por declarar-te fidelidade
Enquanto estava de beijos
Com a minha maldade,
Com meus vis desejos!
Ah sonho! Como não acordei de ti!
Traí-me! Me esqueci!
Pior! Traí à ti!
Que será de mim?
Não quero ser igual
Aos demais que vomitam
Doces palavras
Enquanto sua mentira praticam!
Quero amar-te acima de tudo!
E se a alguém entregarei
Meu corpo e tudo no que acreditei,
Será à ti! Essa é a minha lei!
Ah! Ódio de mim!
Que não pensei em ti.
Que não cogitei
O erro que cometi!
Ah! Ódio de mim!
Por ser assim fraco!
Por ser assim como sou,
Por ser opaco!
Mentiroso!
Desgostoso da vida.
Não faça disso despedida!
Alivia meu pesar!
Não encerra o cantar!
Caminhamos tanto
E tanto caminhar parece impróprio,
Mas, o pesar mantém a sanidade
E a ordem, a repetição, mantêm-nos sóbrios.
Começamos num ponto distante
E hoje avistá-lo ainda é possível,
Porém, não sem lágrimas nos olhos
Ou um lamentar irreprimível.
Víamos no horizonte
Um sorriso puramente feminino
E quando abríamos os olhos
Era vista somente a sedução matando a um menino…
…Tornando-o um adulto.
No entanto, rebelde, sofrível e irracional
Era (e é) esse caminhar não menos sóbrio
Pelas paragens de um antigo sofrer habitual.
Esperamos muitos dias pela curva
Mas nunca tivemos um braço que nos abraçasse
Que algo além
De dor, ódio e frustração mostrasse.
Tanto caminhamos, sempre sozinhos,
Com, por vezes, o sol,
Ou, outras, a chuva,
Ou ainda uma noite irrequieta sem maiores carinhos.
Desejamos pouco menos que a perfeição:
Só um pouco de Amor puro…
Mas, só existe o pó do caminho sobre nossos pés
E o nosso olhar inseguro…
…No futuro.
E se chegamos ou não
Pouco importa.
O que impera é tão somente a solidão
Que está sempre à porta
Do coração
Mostrando uma nova canção.
E sua velocidade
É sem par
Rapidamente nos faz chorar,
Morrer ou largar…
…A nós, que caminhamos sós,
Que desatamos os nós…
…Da vida!
Mas tal sofrer ao menos não é cruel despedida
Porque nunca houve encontro.
Nunca houve ombro para se recostar.
Nunca houve alguém para se amar…
…Que não nos tenha usado como depósito de frustrações.
Valemos mais que nossa aparência e dinheiro.
Mas são cegas as pessoas para nossos corações.
São cegas as pessoas para nossas ilusões.
Um dia entre tantos outros
Nós conhecemos um ideal
E com fúria construímos
Nosso sonho imortal.
Lembra-se de quanto a vida
Tinha um significado, um valor,
Maior do que a sobrevivência
E amenização de nossa dor?
Ah meu amigo!
Mas não é muito maior hoje a dor?
Nossos sonhos de imortalidade
Transformaram-se em dinheiro e comodidade.
Falsidades e pobres amizades.
Lembra-se de quando o companheirismo era tudo?
Só tínhamos uns aos outros
Mas isso era néctar para nós contudo.
E hoje que fazemos?
Somos vampiros entediados.
Sugamos uns aos outros descaradamente
No entanto, nas tragédias sempre enclausurados.
Recorda quando não agíamos
Como se estivéssemos num jogo de xadrez?
Éramos sinceros na lealdade e no ódio.
E hoje, complacentes do que criticamos uma vez.
Lutamos por nossa sobrevivência.
Toda a nossa cultura é usada só para a existência.
Nada fazemos mais por prazer.
Tudo se resume ao continuar e ter.
E o que diremos aos nossos filhos?
“Estudei muito e consegui um bom emprego!
Com muito esforço sustentei vocês!”
Será que nossa consciência nos dará sossego?
Quantas poesias não deixamos de ler e escrever?
Quantos livros não deixamos de fazer
Enquanto a busca pelo dinheiro e o medo
Deixou nossa humanidade a passeio?
Antes sugávamos o néctar da vida,
Hoje, em cruel despedida,
Dizemos “adeus” aos nossos sonhos
Que partem hoje risonhos
Deixando-nos vazios no coração.
E nós tudo enxergando
Ficamos apenas olhando
Em completa resignação…
Ergamos os braços!
Será que essa tempestade de fracassos
Tem que continuar à nos enclausurar?
Somos guerreiros do cotidiano!
Onde estão então os nossos planos
De fazer o mundo mudar?
Se a vida é dura
Muito mais duro é encarar
A falta de realização
Que estamos fadados a carregar!
Melhor morrer gritando: “Vivi!”
Do que passar a vida
Sussurrando: “Sobrevivi…”
Enquanto a esperança vai sendo perdida.
Com certeza cada um de nós
É um grande guerreiro que perdeu o coração.
Mas enquanto há inquietude
Há chance de transformação.
A marca de Cain
Escrita em minha testa está,
Pois atrozes confusões
Me perseguem para onde quer que eu vá.
Judeu errante,
Minha vida não tem descanso.
A brilhar como um louco diamante
De todas as desgraças já me canso.
Tento edificar e caio.
Tento me sobressair
E, mesmo assim,
Riem as aves noturnas de mim.
O fardo, o pesar
Me faz baixar a cabeça.
Essa marca já me cansa o existir
Impedindo que eu cresça.
Se infelizes somos nós, mortais que somos,
E nossa vida um show de luzes cegantes,
Pergunto: Que compomos?
Um bando de judeus errantes?
Me roubaram no ápice
A glória do triunfo
E me deram para brincar
O tormento de um defunto
Que morreu pensando:
“Muito ainda há o que fazer
Não me roubem a vida agora.
Não quero morrer!”
Cansado talvez,
Talvez faminto,
Só posso dizer
Do grande tédio que sinto
Em ser roubado assim.
E se sãos poucos os meus esforços
Sinto muito,
Dei tudo de mim
Até o fim…
Eu penso em você
Enquanto um louco diamante
Continua a brilhar,
Doce amante.
Gostaria que você
Estivesse aqui
Pra me fazer sentir
O calor da vida que perdi.
Te adoro.
Basta ou será necessário mais?
Para mostrar
Os pontos iguais
Dos nossos destinos.
Ouço canções
Perdidas em sonhos.
Ouço sonhos
Perdidos em canções
Que foram cantadas
Por um louco que amava calmamente
As ondas do mar
Que buscam cada uma seu par.
Meus olhos foram vazados
Por uma verdade inegável!
E cego para as ilusões
Vejo em sonho uma verdade insaciável
Que quer me consumir!
Que quer estar ao seu lado!
E me levar a estar
No teu ombro recostado.
Palavras de amor
Sonhamos todos nós.
Não quero repetir
Versos dos que foram sós.
Não há lugar para sonhos aqui.
Tudo é calmo e tranquilo…
Que grande crise de inspiração!
Você, linda, perguntou-me certa vez,
Confesso, me pareceu a princípio insensatez:
“Você chora?”
Sou humano, sou mortal,
Meu coração de sonhador é sem igual:
“É claro que choro”, respondo sem demora.
Penso. Tão frias são as pessoas.
Sua profundidade está mais para lagoas
Do que para o furioso mar.
Quem não é capaz de chorar
Ante a força silenciosa do mar
Que as areias da praia fica a acariciar?
Ou ao ver,
Tão lindo,
O sol se perder
Atrás do horizonte?
E muitos são os que choram
Ao observar o curso do rio de cima da ponte.
Quem não chora ante a injustiça?
Quem não verá os olhos do ódio brilharem
Quando os sonhos se despedaçarem?
Choramos sentimentos incontidos.
Sofremos ou sorrimos tocados
Muitas vezes pelas nossas próprias lágrimas.