Dez dias foram necessários
Para se contar no dedo
O medo
De se contar
Com os dez dedos
Que itinerários
Apontaram no mapa dos dias
Em que,
O medo,
Está à se demonstrar.
No itinerário
Que temerário
(O medo)
Foi apontado pelo dedo
Que um dos dez da mão
Sujou-se na lata de tinta
Usada nos dias
Dos dez
Em que itinerários
Foram feitos
Pelos medos
Contados com os dedos
(Aqueles da mão)
Que não figuraram nos itinerários
Nos quais jogamos baralhos
Ostentados pelos dez
Da mão os dedos
Que segredos
De medos
Foram enumerados cedo
(Da manhã as 10:00)
Quando itinerários fiéis
Foram feitos
Para se desbravar enredos
De dez segredos
Que foram encontrados pelos dedos da mão.
É puro medo,
E dos dez
A frustração.
Categoria: Delírios
Necessariamente
Necessariamente
Não foi necessário
Que necessitastes
De alguém
Em algum lugar
Para alguma coisa
Mas estritamente estrito
Que explicasses
O inexplicável
Explicitamente
Por isso
Explique-se
E não complique-se
Complicando
As complicações
Já complicadas
E não compiladas
Agora,
Se mais tarde quiseres dar uma voltinha de carro, tudo bem, ninguém vai brigar.
CaoNeoEstratosfera
Chama!
Voz insana perdida no tempo
Do subconsciencioso relento
Que só traz pesar.
É negro o firmamento!
Noite corrosiva em que sonhos viajam ao encontro do seu pai…
…Paz!
Norte ansiado fervonervosamente
Que assim procurado intermitantinavelmente
Se esconde no caos aos olhos do inquisidor…
Chama. Chama. Chama.
Tu!
Verdade insana!
Chama. Chama. Chama.
A queimar a alma (do grego ânima)
Tal qual olhar de cigana…
…Que cigana
Se fez ao nascer
Junto ao nascer do Sol
E seu nome está no rol
Das mulheres sedutoras!
ÊneÊcaÊdÊmdaÊtÊmoq! QomêTêAdmêDêAcêEnê!
Em! Ót! Emóc!
caoNeosfera V
Caminhovadiai astrocorpo errabundo!
Procuperscrutai trevosombras por mistumesclas de termopalavras semausente sentifundo!
Perpearquiteturai caoneosferas onde encojuntam-se loucosandices mórbitenebrosas!
Rasgorasurai o mantovéu noturno perdeixando escoescapar o sanfluído das trevosombras!
caoNeosfera IV
Vadi astrum errata
Per firmamentum ânicus!
Permamentenecis at sonius vidius animatum!
Ud anima!
Soniai ut forminas eterrabundas éteraeternais!
Astra!
Vidi formum at espiritus limbicus fórmicus!
Soniaspirai vidi at finatibus incosepultumulum!
Vadi astrum errata
At inconfórmulus permeneratum sati!
Vionesitai ant sonius decadescenderatus!
Violentusprati velum noitrevas
Et derraespalhai sanfluídicus astramares!
Ud anima!
Acordespertati in sonius ascendentis flacidus!
caoNeosfera III
lenos parcoMortiDerraFiniVacuum soniVaciculatrum
mores atoRepressoníticos voliveram
maleFalePoleFenefícios
OblitoGeneroFecundados!
Louca espuma!
Fala fria!
Respirar quente!
Há! Há! Há! Demente!
Vivo, vivo e morro!
Grito, grito: Socorro!
Estou perdendo tempo!
Qual a direção do vento?
Não vê que estou atrasado?!
Meu amor na esquina espera!
Mas sua vida já não impera,
Pertence aos mortos da caverna.
Vede! Que anoitecer estranho é esse?
Que chega por vezes espreitando,
As mentes humanas acariciando:
Loucos sãos se tornando!
E eu que louco,
Com a loucura brincando,
Transformo pseudo-sanidade
Em uma conversa de comadres!
Pseudo-burrice! Pseudo-inteligência!
Pseudo-verdade! Pseudo-demência!
Desgraçados somos,
Seres de pó!
É impossível achar sentido
Sem sua cabeça dar um nó!
O uso do cérebro
Questiono o uso
(Obscuro abuso)
Do cérebro que me deu
O prazer não meu!
Fica dentro da minha cabeça
A questionar do vácuo a natureza,
A olhar para o tempo de incerteza,
A desprezar a já escassa beleza.
Tateando ontens antigos,
Reclamando de ontens mais jovens,
Chorando sua juventude como castigo
Merecido por suas fatais viagens.
Escreve versos e traça ideais,
Fala de dias fatais
E sua suprema diversão
– Ah! É pensar como o cão!
Vejam que coisa absurda,
E se não vos parece confuso
À mim só causa dúvida:
Meu cérebro questionando seu uso!
Quis terminar os versos
Mas ele não me deixa espaço!
E vou delineando a seu prazer
No meu caderno traço à traço!
…Parece que se cansou…
Bem, se já me resta conclusão
É crer que a sanidade me deixou
E que a loucura há muito me alcançou!
Sabe,
Tanto fez
Como tanto faz.
Se não se faz
Se não quer.
Se não se quer
Se não tem
E se não seria um bom motivo pro suicídio enfim.
Chamado a Messe
No aperto do teu seio uma coisa é certa
Bate o puder nas curvas de relógio alpino
E imperando desatinos a morte alerta
Vilipendiando baços pâncreas intestinos
Diarreia da vontade me aperta
No aperto das torturas e desatinos
Donzela de ferro máscula e esperta
Prega-me perfura-me com seus pinos
Pináculos de montanhas na janela
Vácuo de baços pâncreas intestinos
Peidos preenchem o vazio da gamela
Gameleira serra dos peregrinos
Vaga a mente agora e espera
O vilipêndio dos páragos prosepinos
Vargem-se de enleios minha merda
No suspiro dos baços pâncreas intestinos
Intestine-se nu meio que me acerta
Com socos pontapés alevinos
Nadam no mar da morte Berta
Párocos postam-se proselinos
Vá-te-se então de porta aberta
Cômodos não se restringem aos meninos
Vire-se coce-se seja esperta
Finja-se de morta aos desatinos
Erre-se lamba-se fique alerta
A passagem de enteados malevinos
Insurgem-se em barcos em ilha deserta
Levando passageiros pobres palpatinos
Luvem-se ao frio que dilacera
Toquem-se na lã de alpatinos
Orelha quebrada não se enxerta
Enxergue mais longe condecoralinos
Vai-te embora flecha da última cerda
Voa como quem come batáquions girinos
Come-se na autofagia da chaga de Guerta
Mão que engulo até os leprosos cotovelinos
Eu fui teu amor de última verba
E na tua bunda vejo o badalar de sinos
Rebola como paróquia que requebra
Chamando os crentes aos mistérios divinos