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O Jardim – parte i

Das contas que fiz,
Dos mares que naveguei,
Chamo de novo,
Enfadonho,
Austero,
Súplice,
Mártir,
Esse espírito arredio
De feras ferinas
Nascido em meio ao torvelinho
De heras feridas

Que se espalhavam pelo jardim em meio ao marginal obscuro enquanto doces flores cresciam e sorriam ao nascer do sol!

Injustiça!
Que ervas venenosas tenham menos direito
Que flores formosas!

Injustiça!
Que orlas receosas tenham menos alento
Que amores sob árvores frondosas!

No entanto
Se o espinho que sulca a terra
Não conhece o escarro do verme
Não é espinho!
Não conhece o mistério do sol!
E o poder das trevas!

Por isso
Que as ervas venenosas cresçam
Na escuridão
Que é o seu lar
E que as flores do campo sucumbam
Na luz sem razão
Que é o seu fadar!


Parte II
Parte III
Parte IV

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Reflexos – parte i

O caderno sempre será o meu espelho.
Eu me coloco de fronte à ele
E espero que me diga
Aquilo que quero ouvir.
É aqui que me desnudo,
Que me toco,
Que conheço a minha alma.
Não conheço nenhum meio melhor de se ver
Do que se colocar de fronte ao espelho
E encarnar a imagem.


Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VI
Parte VII
Parte VIII
Parte IX
Parte X
Parte XI
Partes XII e XIII (final)