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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} Uma história

Uma história
Perdida ficou na memória…

Era uma vez um garoto
Que cresceu
E se tornou um homem,
Que morreu
E hoje os vermes o consomem
Esperando chegar ao pó.

O sol deu os ditames da vida.
A lua cantou as despedidas
De um Amor Imortal
Que convalesceu com o câncer de um mal:

A dúvida.

Deusa cruel que rasga o peito.
Sua verdade é pútrida
Porque é inegável e lúcida.

Mas confusão cheira,
Na memória, na sujeira,
Na história que a loucura beira.

Uma criança sonhou
E se tornou um deus.
Um deus acordou
E se tornou um homem
E hoje os vermes consomem
Sua mente de tantos
Labirínticos entretantos.

Um adolescente se apaixonou
E se tornou um louco.
O louco ensandeceu-se
E hoje é só um pouco

Do que já foi louco.

Hoje, não existem Amadas Imortais,
Mas o carinho é mais verdadeiro por certo.
Não existem mais ideais radicais,
Mas não estou mais em um deserto

De sentimentos,
Tonalidades e nuances,
Luzes fugazes e relances,
Vida ou doce entretenimento.

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AnarcoPoeticSongs: PoeticLongWayDisturb Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} AnarcoPoeticSong:PoeticLongWayDisturb

Toma pinga preta,
Velho gozador!
Toma tua água benta,
Velho cantador!

Chega!

“Dias e noites frias” não!
Chega de “solidão”!
Chega de “luta entre o bem e o mal”!
Chega de “forma abismal”!
Chega de “alma do mal”!
Chega de “lenda ideal”!
Chega de “sentir sepulcral”!
Chega de “sonhar”!
Chega de “cantar”!
Chega de “Hessear”!

Afinal, o verso tem que acabar
Já ou daqui um ano!

Puta-que-o-pariu!
Viva o nosso Brasil!
Viva o humanizar!
Ah! Mania de cantar!

Eu quero é escrever escrachadamente!
Pornograficamente!
Pornochanchadamente!

"Orgia"?! Que nada! É "suruba"!
"Coito"?! Que nada! É "fodeção"!

Dissecação!
Putrefação!
Corrosão!
Diversão!

Ilógica! Loucura! Vida! Morte!

Ha! Ha! Ha!

Palavras ao nada!
Culpas marcadas!
Bendita humanidade!
Viva o “filho da puta!”!
Bendito e agraciado seja, ó gritar de “Viado!”!
Morfético!
Lazarento!
“Excremento”?!
Não! “Merda”! É “bosta”!

B! O! S! T! A!
Bosta!

Fedorenta e quase líquida.
Incolor.
Inodora.
Insípida.
Quase água
Pura e cristalina
Dentro da latrina
Que é a mente!

Essa velha… “incoerente”?!
Não! Gagá mesmo!
É uma big duma privada
Totalmente depravada!

“E antes do dia terminar
As águas vão rolar
Quando eu a descarga puxar!”

Assim canta o homem do seu trono,
Do qual domina no seu mundo
Enquanto ouve, lá no fundo,
A merda saltar!

E viva o tamanho escrachar!
Trabalhar! Batalhar! Armar!
Gozar!

E ergue uma parede de sonhos!
Um obelisco de ideais!

Big!
Pig!

Porco
No Orco
Conversando com Dante!

Avante meu Brasil!
Avante esfera terrestre!

Produzir! Trabalhar!
Comer! Cagar! Procriar!

Vá pra casa homem!
A patroa fez tua janta
E tá morrendo de tesão!
Normalmente tu come a janta
E a patroa dorme!

E viva o tédio matrimonial!
Viva o matrimônio! Lenda ideal!
Viva o matrimônio perfeito:

Ele é o estômago da família achando que é o cérebro!
Ela é o cérebro da família achando que é o estômago!

Só que ninguém achou o coração!

Viva o matrimônio!
Essa inversão de papéis!
Essa subjugar de réis!
Essa desculpa pra bordéis!

Acorda homem! Vai trabalhar vagabundo!
Você poderia possuir o mundo
Se não ganhasse salário mínimo
E se, no mínimo, você se importasse!

Vai trabalhar vagabundo!
Vai trabalhar infeliz!

Afinal, seu filho quer um vídeo-game!
E não adianta vir com ar de quem teime,
Pois o que ele quer é o vídeo-game!

Ler pra quê?
Viver pra quê?
Sonhar pra quê?

Na televisão tem aventura
Pra que se importar com a loucura
De ter ou não tesão?
E dá-lhe frustração!

Dá-lhe alma, televisão!
Dê-lhes alma, novela!
Dê-lhes fantasia, Globo!

É melhor do que L.S.D.!
É melhor do que S.B.T.!
Viva a T.V.!

E antes que eu me esqueça
(E essa poesia mais cresça)
Vão todos tomar no cú!

Obrigado.
Amém!
Libertas quae sera tamem.

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} Um Verme

Há um verme rastejando
Sobre a alma do mundo!
Há um verme na maçã do meu coração provocando
Em mim um sentimento igualmente imundo!

E rasteja, rasteja sem termo!
Sua morada
É a vil enseada
Em que depositou sua alma!

Seu tempo
É um lugar
Que se perdeu nas vadiagens
Da minha louca emoção!

Sentimento que se rasteja
Sem sentido, sem porque!
Fica aí a querer
Explicações e definições tais
Que eu não posso lhe dar!

Há um verme
Por sobre a terra da fantasia!
Há um verme
Por sobre o lutar do dia-a-dia

Para ser feliz,
Não como se quis,
Mas como se pode!

E se sacode,
Se consome,
Se resume

No incompreensível,
No indefinível,
No enclausurável
Porém não estirpável!

Há um verme rolando
Por sobre as lembranças mal vividas,
Fantasias de poder e despedidas
Pré-concebidas,
Pré-viajadas,
Pré-empreendidas
Em empreitadas
Executadas
No afã
Do devorar da maçã!

No mal
Do depilar do banal!
No vil
Em se ser sutil!
No ardil
De querer ser vil!

E entre a vilaneza
E a crueza
Dos nossos sentires
Há um verme
No cerne
Do existir
Querendo suprir
Sua fome de corrosão
Na qual se resume
O sentido da optada auto-destruição!

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y}

{Po(v)e(r)t[r]y} Vazios

Os vazios temores da alma…
Os vazios que minha mente sente…
Vazios preenchendo a calma,
De calma aparente.

Forçam a vida sem preenchimento
No mundo buscar forma.
E pensamentos loucos tomam as recordações
E o medo retorna.

Profundo obscuro.
Loucura caótica.
Caos sano.
Sana falsidade.
Falso sanar.

Delineando
Entrementes
As paredes
Dos viventes
Que separam
As dormentes…

…Dos trilhos da minha vida…

Sanidade calma.
Pretensa loucura.
Loucura sentimental.
Verdade impura.

Vazios tomando forma.
Formas se moldando aos espaços.
Vida sem anelo não se conforma
Com os eternos e ridículos cansaços.

Forma sem vida.
Corpo sem alma.
Pensamento sem intuito.
Vida amorfa!

Carecem os versos de poesia?
Carece o humilde de humildade?
Eu sou humano!
Humano sou, carecendo de humanidade!

Se meus versos parecem dispersos,
Se minha vida parece pó,
Lembre-se de mim pois,
Nas entrelinhas do destino, estou só.

Cantando,
Chorando
E rindo…

Aprendendo,
Gemendo
E sentindo…

Esquecendo,
Perdendo,
E, ainda assim,
Indo…

…Para o vazio mar
De tristeza sem par
Que busca um lar
Pra afogar o seu amar…

Amar vazio.
Vazio sentir.
Sentir louco.
Louco porvir.

Que se cruzem
No espaço.
Que se encontrem
No tempo.
Não encerrou-se a caminhada,
Ainda sopra o vento…

"Coração,
Canção,
Faca
E Bastão,
Aqui na escuridão…"

Mesclados pensamentos.
Pensamentos vazios.
Se o vazio carece de sentimento
Vazio sou aos ventos frios.

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Interlúdio Poesias Ruins {Po(v)e(r)t[r]y} Teen Drama

{Po(v)e(r)t[r]y} A morte da filosofia

Em determinada noite, como sempre fria,
Morreu uma tenra Filosofia.
Sua vida foi reta e justa
E seus ares sempre a fizeram augusta.

Sua assassina foi a Mudança de Opinião.
Esta há muito lhe veio sorrateiramente,
Com conversas singelas, cheia de razão,
E quando não se esperava, cravou-lhe uma faca no coração.

Levada à julgamento
A todos fez ver
Que o seu assassínio
A alguém fez crescer.

E estava absolvida já
E todos lhe davam a mão
Quando chegou a última testemunha:
A Razão.

Esta última disse:
“Eu tudo presenciei.
Inclusive os fatos que depois transcorreram
Aqui a todos relatarei.”

“Foi num dia de imensa frustração
Que a Mudança de Opinião atacou,
E, sua aliada, a Opinião Alheia,
Muito lhe ajudou.”

“Viu-se a Filosofia atacada pela Sociedade.
Fugiu e encontrou a Solidão
Que só horror lhe causou.
Tentou defender-se e só um cão lhe escutou.”

“Mas, com coragem única lutou
Até que o Desejo consigo cruzou
E perguntou-lhe – Qual seu sentido?
E ela enfraquecida e sem resposta desmaiou.”

“Mudança de Opinião,
Que como traidora lhe acompanhava,
Viu seu corpo caído
E desferiu seu golpe que em covardia se ocultava.”

“A Filosofia morreu desacordada senhores.
Pois se estivesse desperta
Não conheceria tais horrores.”

“Não sei dizer qual o seu sentido
Não sei dizer se certa estava
A Mudança de Opinião.”

“Só sei uma coisa:
A Filosofia à muitos homens
Deu valor e coração.”

“E mais,
Filosofia foi morta,
Em meio a uma grande armação.”

“E os fatos que transcorreram depois
Creio que todos sabemos.
Nossos pensadores e contestadores perdemos.”

“O mundo perdeu as rédeas
E seus corcéis tem sido
Insanidade e Injustiça.
Loucos ambos em sua corrida.”

Depois disso a Razão silenciou-se.
Dizem as lendas que, Filosofia,
Na verdade não morreu: transformou-se.

E hoje é cortejada pelos bêbados,
Vendida nos prostíbulos,
Usa batom e sai aos sábados.