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Certas mulheres

Se tivesse que te dizer algo

Se tivesse que te dizer algo
Diria que não gosto de você.

Não gosto do seu cheiro
Do seu hálito
Do seu riso fácil
Da sua anca indócil.

Fatalizado pela máxima bíblica:
“O que devo fazer não faço
Mas o que não devo faço constantemente”

Te como todos os dias alegremente.

Mas há o postulado que me conforta,
Lá no Novo Testamento que exorta,
Que mal nos faz o que sai da boca
Jamais o que entra na supradita cloaca,

Por isso nem todo o caldo de sua vagina
Há de enviar minha alma incorruptível ao Hades
Que segue preceitos sacros como sina
Por exagerar na exploração de todos os seus lugares.

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Considerações

A Primavera

“A Primavera
   Certeira
     Vem
       Ligeira
         À mente
          Que sente
            Seu clangor.
               A primeira
                 Cegueira
                   Vem
                     Altaneira
                       Mostrando
                         Certeira
                           Viagens,
                             Sonhos
                               E flor!”

Joga para o passado
O teu passado
Que com certeza
Do passado não sairás!

E passa do tempo
Em que os dias tão quentes
Eram carentes
De outras formas mais comuns!

Agora a sombra tão fulgídia
É necessidade de vida
Que se arremesa contra o interlocutor.

Mas vai como louca
Porque grita e não fala!
Porque chora e não cala
A criança que há no seu interior!

É apenas uma armadura.
É apenas uma armadilha.

Pois cingidos de reforços foram os corações,
Mas todos eles caem em turbilhões
De súplicas!

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Considerações

Pego uma folha qualquer

Pego uma folha qualquer
E sequer
Noto ou penso
Como vou escrever.

É que
De lagos fétidos
Onde se foram derramados
Litros e litros de escórias humanas
Vejo, insanas,
Vozes mundanas que permeiam o gramado
Dos meus inquéritos
Sobre o divagar
E o navegar
Da luz por sobre a sombra
Tal qual pérola flutuante
Sobre negro lôdo.

Tal pedra, espelhando um diamante,
Brilha insistentemente ao luar.
E na hora de se derramar
O ponto nodal
Por sobre florestas de vísceras disformes
Poderá se empregar então
Um novo vocabulário
Por sobre o qual
Rolam pedras
De hieróglifos incontidos
Onde registrou-se
A morada de onze ferozes ferinas feras
Que nas férias da dissecação
Puderam visitar um amigo legista
Em sua cabana
No alto da montanha.

Mas quando a final façanha
Se sobrepor aos nossos anelos
Veremos que anéis singelos
Circundam formas derradeiramente noturnas
Enquanto viagens são empreendidas
Em busca de nada.

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Considerações

Como caem lendas ideais

Como caem lendas ideais
Singram astros os vazios.
Seguem seu caminho circular e intraçável
E nesse caminhar pouco maleável

Acumulam histórias de tédio e transformação.

E o Sol entrega à Nebulosa o seu futuro.
A vida é um mar obscuro
Que não pede perdão.

O espaço é um negro profundo
Que pode ser contido nos ciclos do coração
E na perda da ilusão.

O Sol entrega o seu filho à Nebulosa
Que deslizará pela curvatura do espaço-tempo
Que será arremessado à distância pelo nascimento da SuperNova,

Mas são tão poucas as estrelas do céu
E tantas as crianças que dormem ao léu.

Estrelas renascem.
Crianças brilham.
Crianças fenecem.
Estrelas se consomem

Quando chamo seu nome.

Quando caminho ao relento
E me acompanha o vento.
Quando fico em paz
E passa o tempo

Medindo as distâncias
Entre o Mar da Tranquilidade
E uma conversa de covardes.

Mas continuam as rotações
E as órbitas.

Estamos caminhando.
Estamos nascendo, vivendo e morrendo.
Estamos retornando ao mesmo lugar:

Ao pó das estrelas,
Às nossas centelhas
De ilusão.

Aos nossos momentos e intentos
De dispersão.

E singramos espaços:
O cansaço levamos nos traços,
O caminho, no coração.

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Considerações

Folhas límpidas

Limpa folha
Límpidos e horríssonos olhos
Mortais fatos
Coisas mortas
Cadáveres putrefatos
Idéias transcendidas
De transcendentais despedidas
Ponto, vírgula e traço
Nem tudo circunda o meu compasso
Se colocado no centro
De uma grande confusão
E se o sentido escorregou
Pela minha mão me deixou
Chorando os pontos não traçados
Em lagos límpidos de sana loucura
E já tanto tempo
Tem que o vento
Já não sopra por aqui
Volte um dia
Estou esperando…

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Delírios

Dez dias foram necessários

Dez dias foram necessários
Para se contar no dedo
O medo
De se contar
Com os dez dedos
Que itinerários
Apontaram no mapa dos dias
Em que,
O medo,
Está à se demonstrar.
No itinerário
Que temerário
(O medo)
Foi apontado pelo dedo
Que um dos dez da mão
Sujou-se na lata de tinta
Usada nos dias
Dos dez
Em que itinerários
Foram feitos
Pelos medos
Contados com os dedos
(Aqueles da mão)
Que não figuraram nos itinerários
Nos quais jogamos baralhos
Ostentados pelos dez
Da mão os dedos
Que segredos
De medos
Foram enumerados cedo
(Da manhã as 10:00)
Quando itinerários fiéis
Foram feitos
Para se desbravar enredos
De dez segredos
Que foram encontrados pelos dedos da mão.
É puro medo,
E dos dez
A frustração.

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Delírios

Necessariamente

Necessariamente
Não foi necessário
Que necessitastes
De alguém
Em algum lugar
Para alguma coisa
Mas estritamente estrito
Que explicasses
O inexplicável
Explicitamente
Por isso
Explique-se
E não complique-se
Complicando
As complicações
Já complicadas
E não compiladas
Agora,
Se mais tarde quiseres dar uma voltinha de carro, tudo bem, ninguém vai brigar.

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Delírios

CaoNeoEstratosfera

Chama!
Voz insana perdida no tempo
Do subconsciencioso relento
Que só traz pesar.
É negro o firmamento!

Noite corrosiva em que sonhos viajam ao encontro do seu pai…

…Paz!
Norte ansiado fervonervosamente
Que assim procurado intermitantinavelmente

Se esconde no caos aos olhos do inquisidor…

Chama. Chama. Chama.

Tu!

Verdade insana!

Chama. Chama. Chama.

A queimar a alma (do grego ânima)
Tal qual olhar de cigana…

…Que cigana

Se fez ao nascer
Junto ao nascer do Sol
E seu nome está no rol

Das mulheres sedutoras!

ÊneÊcaÊdÊmdaÊtÊmoq! QomêTêAdmêDêAcêEnê!

Em! Ót! Emóc!

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Poetrix

[Poetrix] Lupa Felidis

Gata e Cadela
Dando sopa
Se refestela

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Delírios

caoNeosfera V

Caminhovadiai astrocorpo errabundo!
Procuperscrutai trevosombras por mistumesclas de termopalavras semausente sentifundo!
Perpearquiteturai caoneosferas onde encojuntam-se loucosandices mórbitenebrosas!
Rasgorasurai o mantovéu noturno perdeixando escoescapar o sanfluído das trevosombras!