Sombras forjei no tempo
Enquanto escondido em meio ao vento
Chamava por teu nome!
Nas noites frias
De vidas vazias
Essa procura me consome.
Vi teu semblante
Perdido em meio à luz.
Passou rápido, porém fulgurante,
E os meus olhares não te fizeram juz.
Olhei para o alto
Após recobrar a visão
E sofreu um repentino assalto
Meu coração
Ao ver que não estava mais lá!
Desde então teu nome chamo
E me uni à solidão!
Percorrendo trevas tua presença clamo!
Me ajoelhei em meio ao deserto
E chorei!
As areias nas minhas mãos
Aprisionei!
E libertei
Tanto sentir aflito!
Tanta busca sem sentido!
Deixei as aves noturnas voarem,
E se pararem,
Será longe daqui!
Uni tua força
E te conquistei!
Te tirei da forca,
No entanto, já sei:
Somos estranhos inconciliáveis
Habitando a mesma alma!
Somos criaturas insondáveis
Partilhando a mesma culpa!
Somos irmãos de sangue
Desprezando como a vida soa!
E – não se zangue –
Somos a mesma pessoa!
Partiram minha alma em pedaços
E o sentido se foi!
Cortaram-me os braços
E lutar já não posso!
Mil, dois mil, milhões
De esgares e vomitares
De nada!
Dezenas, centenas, infinitas gerações
De reconciliares
De sombra!
Mil, dois mil, milhões
De gemeres
Enquanto estamos contra
Nós mesmos…