Eu sou um demônio antigo
Cuja idade não se conta
Com os dedos da mão.
Eu sou um alento perdido
Nos esgares da tosse
Provocada pelo toque da tua mão.
Ah! Desse deus louco quero distância!
Ainda que, minha vigilância,
Falhe à noite
E caia nas desgraças.
E que desgraças
São essas tão poucas
Que roucas, ou loucas, ou noutras,
Se levantam levantando dúvidas
E nos arrastam impúdicas
Pelas linhas de tua mão?
E se mão fosse parâmetro do destino
Que desatino não pode cometer a mente humana
Que cigana das formas vagueia por entre os menestréis do sonho?
Vagueia no enfado das estradas
E espia em paredes esburacadas à busca de corpos nus.
Tanto pus, meu deus, tanto pus!
E que juz
Faz essa ferida,
Esse cancro no nada,
À estrada na qual foi depositada?