O peso da caneta em minha mão
Se demonstrou convidativo,
Enquanto eu, cansativo,
Tenho algumas dores para chorar.
Nesse lago de formas
No qual atirei a minha vida
Vi despida
Uma bela senhora
Convidativa à dores.
E hoje, farto de amores,
Deixo tal dama dentro do lago
Enquanto fora e nas margens deitado
Olho o rubor noturno
Ante a minha miscigenação!
As estrelas do céu
São como irmãs desdenhosas.
Enquanto a noite,
Mãe desgostosa,
Fica por mim à lamentar.
Olhando assim para o céu
Num dos fulgores noturnos me fixei
E sensação tal alentei
Que me é difícil descrever!
Vi na face daquele astro arredio,
Dessa ninfa que com as demais se recusa à brincar,
A minha vida toda escrita,
Despida
E arremessada contra minha face!
E eis que nasce
O fator devastador
Que ruge nas sombras!
E dentro da caverna
Os olhos da fera brilham!
Dentro da alma escura
Uma caserna
Onde lanterna alguma resistiu acesa!
Minha alma agora coesa
Pode sentir do poder a amplidão.
E na certeza
Da aspiração pelo vácuo
Enclausurou o meu coração.
O claustro liberta a minha razão!
A solidão impera na minha decisão!
E das sombras e luzes que separei
Medi o arco,
Observei no alto a esfera
E a espera me cansou!
Por quantos dias
E noites frias
Ficarei enclausurado na prosperidade
Buscando o chão do meu amor?