Ah Tu que fria
Te ergues assim
Diante de mim
Nua, altiva e esguia!
Tal qual serpente alucinante,
Que me hipnotiza e provoca sensações delirantes
No meu corpo,
Vai ocultando e mostrando rapidamente
Com movimentos eloquentes
Tua língua ofídica e sensual
Enquanto teus olhos répteis e demoníacos,
Fixos nos meus,
Provocam efeito que nem a ação de mil afrodisíacos
Poderiam alcançar!
Os movimentos ondulantes
Executados pelas tuas mãos deslizantes
São passes de magia que não se pode explicar!
Ah Tu que fria!
Mulher-Demônio!
Teus negros cabelos!
Tua branca pele!
Teus singelos seios!
Carregados de inocência
E convidativos à experiência
De beijá-los!
Ah… tocá-los!
Mas mulher, acima de tudo isso…
…Teus olhos!
Ao vê-los me sinto diante de forças luciféricas!
Vejo chamas em meio às formas esféricas
Das tuas pupilas,
Ó Senhora-De-Todas-As-Sensualidades!
Ah mulher!
Sexo contigo é um pacto com todo o Inferno!
É mergulhar no Estige!
É deixar o tesão queimar
De tanto gozar!
Ah mulher!
Amor contigo é uma história do Averno!
É duvidar da resposta de Édipo ao enigma da esfinge!
É deixar a alma se desintegrar
De tão etereamente flutuar!
Ah mulher!
Tuas chamas me cercam!
Teus braços me apertam
Até sufocar!
Senhora-Branca-Como-O-Gelo
Teu corpo me pede violência e zelo!
Teu sexo parece que está a me chamar!
Ah… Te penetrar é enviar o espírito
Até diante dos olhos de Hades!
Ah mulher!
Só tu sabes
Como me fazer queimar!