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{Po(v)e(r)t[r]y} Escadarias

O tempo se fecha
E armadilhas são forjadas.
Nos jogos do viver
Palavras ao nada são jogadas

       como se quiséssemos lhes dar sentido.

O tempo passa.
Torna pseudo-amigos
Em verdadeiros inimigos
E estes transformam

        aquele obscuro jogo de interesses num guerrear aflito.

Sonhos se perdem no tempo.
Tempestade sucede a calmaria
Completando o círculo vicioso
Da vida e suas diversas pradarias

        pelas quais cavalgamos de coração contrito.

Traições são forjadas
E me assustam.
Por que as pessoas preferem esse guerrear perspicaz
A um pouco de sana loucura e paz?

Nessas escadarias
Uma mão oferecemos para o carinho
Enquanto a outra
Para baixo puxa aquele que anda sozinho.

Onde estão os meus amigos?
Teria que os dedos arrancar
Para não sofrer a tentação
De tentar os contar!

Pessoas só admitem (se admitem)
Secretamente os seus erros.
Mas, por que minhas costas tem que arcar com eles
Na hora do seu desespero?

Nesta terra de cães
Justos sangram pelos criminosos!
E a nós que não somos nem justos nem injustos
Só nos resta ficar mais desgostosos

        com a vida!

Eu quisera entender
Porque você fez isso,
Mas nem sequer entendi
O que você fez!

Fui colocado numa parede
E a minha tortura foi
Fazer seu coração sangrar também
Como o meu sangrado foi!

E hoje
Procuro sentido!
Tento chorar mas não há lágrimas.
Quisera te perdoar mas estou despido

        De sentimentos honrosos…

Aqui apenas:
Sangue, morte e putrefação!

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