Minha alma,
Agora em frangalhos,
Jaz na funda sepultura
E do amor,
Frágil escultura,
Se enregela
E se quebra!
Na sua estraçalhada queda
Se converte em pó e vai,
Volvendo ao léu,
Buscar paragens no inferno,
Pois, do eterno,
Não contém mais em si o sabor!
E o ódio dita
As formas da fúria
Que nua e bela
Se ergue e apela
Para a nossa frieza!
Exige o cuidado da vingança
E sua esperança
É ver fenecer o inimigo
(Amor perdido
Que em ódio se transforma)!
E quando tal pensamento transtorna
Pede a animalidade
E condena a humanidade
Ao mais fundo jazido!
Quando consigo
Perpetrar a injúria derradeira
Rasgo as faces com as unhas
E deixo que as horrendas moedas que cunhas
Se transformem no próprio pagamento pela tua cabeça!
Pois antes que a vida novamente te ensoberbeça
Verei a ti prostrada aos meus pés
E réles verá a ânsia morrer no vácuo…
Maldita!