Como caem lendas ideais
Singram astros os vazios.
Seguem seu caminho circular e intraçável
E nesse caminhar pouco maleável
Acumulam histórias de tédio e transformação.
E o Sol entrega à Nebulosa o seu futuro.
A vida é um mar obscuro
Que não pede perdão.
O espaço é um negro profundo
Que pode ser contido nos ciclos do coração
E na perda da ilusão.
O Sol entrega o seu filho à Nebulosa
Que deslizará pela curvatura do espaço-tempo
Que será arremessado à distância pelo nascimento da SuperNova,
Mas são tão poucas as estrelas do céu
E tantas as crianças que dormem ao léu.
Estrelas renascem.
Crianças brilham.
Crianças fenecem.
Estrelas se consomem
Quando chamo seu nome.
Quando caminho ao relento
E me acompanha o vento.
Quando fico em paz
E passa o tempo
Medindo as distâncias
Entre o Mar da Tranquilidade
E uma conversa de covardes.
Mas continuam as rotações
E as órbitas.
Estamos caminhando.
Estamos nascendo, vivendo e morrendo.
Estamos retornando ao mesmo lugar:
Ao pó das estrelas,
Às nossas centelhas
De ilusão.
Aos nossos momentos e intentos
De dispersão.
E singramos espaços:
O cansaço levamos nos traços,
O caminho, no coração.