Limpa folha
Límpidos e horríssonos olhos
Mortais fatos
Coisas mortas
Cadáveres putrefatos
Idéias transcendidas
De transcendentais despedidas
Ponto, vírgula e traço
Nem tudo circunda o meu compasso
Se colocado no centro
De uma grande confusão
E se o sentido escorregou
Pela minha mão me deixou
Chorando os pontos não traçados
Em lagos límpidos de sana loucura
E já tanto tempo
Tem que o vento
Já não sopra por aqui
Volte um dia
Estou esperando…
Categorias
Uma resposta em “Folhas límpidas”
Estava com nhaca da vida…
O bom-humor tem lugar na poesia livre. Ri muito da sátira da Banda.
Tenho 1 único soneto de meu pai José Egydio Prata, com quem aprendi a rir em muitas situações, datado de Santos SP, 12 / 7 / 1961, descoberto após 29 anos de sua morte.
Quis compor um soneto. Que fracasso!
Nada escrevi de tudo que pensei;
Diversas folhas de papel-almaço
De alto a baixo, inteiras, rabisquei.
Puxei pelo bestunto. Procurei,
Olhando o céu, a lua e todo o espaço,
Cansando a minha mão, cansando o braço,
Tornar em verso aquilo que sonhei.
Fazer versos precisa ter talento;
Ter a “bossa”, afinal, ter competência
E mais que tudo, ter inteligência.
Por isso foi que num dado momento,
Rasguei tudo que fiz, joguei na cesta
E vi que eu não passava de uma besta…
Oportunamente comentarei seus demais poemas.