Cantar versos abismais,
Chorar lágrimas fatais
De tristezas esquecidas:
Estamos sempre falando da vida.
Tentamos esconder suas incongruências
Mas tanto faz:
Na decência e na indecência
Não há cadência, nem paz.
Tentamos em vão explicar
O fulgor do passado,
A passividade do presente
E o amargo sabor do inexperimentado.
Se o suor fosse todo nosso,
Se o fedor fosse todo seu…
Mas a mescla aqui não permite divisões,
Padrões e canções do seu e do meu.
Arrastai seus filhos para as sepulturas
Assim que eles escorregarem de seus ventres,
Ó formosas mães, cheias de doçuras,
Esta é a verdadeira filosofia dos crentes!
Qual é o padrão
Desta desregrada cavalgada
Que experimentamos nós
Que estamos sós?
Nos unimos por obrigação,
Nosso amor é só ilusão,
Por que construímos muros
Regras e morais para esta prisão!?
Bebei irmãos do néctar de uma vagina.
Urinai na boca de seus inimigos.
Sorvei comigo a essência da diversão.
Não será em vão!
Construamos uma casa de prazer.
Vamos dar cultura aos nossos filhos
Para que se tornem grandes fodedores,
Amantes do sexo e das belas palavras.
Vamos cantar uma louca canção.
Matar nosso mais fiel amigo.
Vamos nos destruir!
Essa é a nossa humana decadência!
Lágrimas da verdade!
Quem somos nós
Que vivemos tão sós
Aqui na escuridão?