Categorias
Poetrix

[Poetrix] A Verdade sobre as Máximas XII

“Está tudo nas mãos de Deus”
Acontece que não raro deus fecha a mão
E esmaga quem ou o que está dentro

Categorias
AnarcoPoeticSongs: PoeticLongWayDisturb

A Tampa

Onde está a tampa?
A tampa que aqui estava
Não era uma tampa qualquer
Era a tampa que tampava.

Não era Tampax
Nem cidade da Flórida.
Não era chique
Não era módica

Era simplesmente a tampa!
A tampa que eu precisava
Era a única de sua espécie
Que este recepiente lacrava.

Nada na pia, nem na mesa…
Na sala? Hum… Eu acho…
Nada! Ah! Essa minha cabeça!
No banheiro? Sequer um traço.

Ei São Longuinho!
Se ver me dá um toque!
Não era tupperware era só
A tampa de um Ziploc!

Ai caraca… Tava em cima do microondas…

Categorias
Poetrix

[Poetrix] RecursivaMente

Me preocupo demais…
Tanto me preocupo
Que deveria ficar preocupado

Categorias
Poetrix

[Poetrix] Quando tudo temos II

Essa corrente que se afaga
Que quanto maior menos longe se vai!
Ah felicidade!

Categorias
L'Art

O Poeta

O Poeta,
Viajante do obscuro,
Não percebe ou não quer ver
Que no seu querer
Não existe o delinear poderoso
Do verso que vem
Destruir formas,
Repugnar normas
E duvidar da fé.

Ergue entre súplicas
Mares de dúvidas,
Como se fossem muros aquosos,
Pontos receosos,
De solidão.

E com o olhar fixo no espaço
Destrói-se vida, morte e um laço
Que prende a sanidade à vida.

E se lágrimas escorrem da face,
Felizes ou inquietos, profundos ou satisfeitos,
Perdidos ou desfeitos,

Rasgamos nossos planos,
Desfazemos nossas promessas,
Jogamos fora nossa moral.

E num ponto infinitesimal
Foi encerrado o sentido
Invisível aos olhos nus.

A irracionalidade ou a racionalidade não fazem jus,
Mas a busca de uma ou outra também não.

Categorias
Poetrix

[Poetrix] A Verdade sobre as Máximas II

Em Verdade em Verdade vos digo:
Tudo que disse até agora era patranha,
A Mais Pura Mentira!

Categorias
Versos Íntimos

Gentil dama que me escreve

Gentil dama que me escreve,
Veja só o que está fazendo:
Desperdiçando lábia a quem se atreve
Cuspir versos ao bravio vento.

Nem de um só instante
Ficou longe de ti meu pensamento,
Mas a insistência me é irritante
E a repetição mero tormento.

Por isso não se entregue
A esperança desse tíbio momento.
O momento (isso é certo) fenece
E vai lhe desamparar qualquer contentamento.

Faça uma prece! Ore! Cante!
Mas a ouvidos outros envie seu sibilo!
Minha alma dorme, não se espante,
No mais profundo sigilo.

Por isso palavras não me sangram,
Nem me sangram seus berilos,
Verdes olhos que não amam,
Só a tortura lhes serve de colírio.

Entrego-lhe somente esta mão
Onde o estigma se figura:
Pregos, tachas, tição,
Já lhe atravessaram a carne dura.

Crucifixo que sou abro os braços
Abarcando toda a estrutura
Desse tórrido planeta de embaraços
Abençôo a toda criatura

Que se ergue aos meus olhos e ri!
Ri como ri o corcunda da basílica!
Enfeiado de si mesmo e balindo o vi
Badalando sinos! Entoando mímicas!

Mas, quanto a ti, cessa!
Cessa toda e qualquer palavra!
A palavra me irrita, não se meça
Naquela que é a mais infértil lavra.

Dê a minha alma algo
Que lhe brote do próprio ventre!
Dê-me do seu âmago o fogo!
Só assim há de me ver contente.

Dê-me um único motivo
Que não possa ser dito!
Um único peso novo
Que não possa ser erguido!

Dê-me da sua carne o portento!
Dê-me do seu útero o sono.
Da lembrança o esquecimento.
Do seu colo o abandono.

Dê-me algo novo:
Novo como eram novas todas as coisas no frontispício da criação.
Novo como eram novas todas as noivas do paradisíaco Adão.

Dê-me algo que não tenha nome!
Nem signo!
Nem forma!
Nem imagem!

Nem dono!
Nem norma!
Nem margem!

Limite, estatura, métrica, aparência,
Embuste, candura, réplica, decência!

Dê-me você!
Mas a você que se perde de si mesma!
Dê-me você!
Mas a você que deconhece e se pasma!

Dê-me… ah…! Dê-me!

Ah…! Gentil dama que me escreve
Tardiamente capturei o teu intento!
Perdi levado pelo desejo que me impele
A tentar nomear o derradeiro portento!

Gentil dama que me escreve
Veja só o que está fazendo…
Fomentando em mim a palavra que deve
Fenecer já! Agora! Neste momento!

Categorias
Poetrix

[Poetrix] Quando tudo temos I

Orgíaca ânsia refestelad’em atol
Fisga a caínic’alma no seu anzol.
Imbuindo-se de tudo encontra-se o nada.

Categorias
L'Art

Quero cantar

Rasgo os títulos de minha mente.
Descrevo o que meu louco coração sente
Com os ditames que ele me dá.

A calma ilusão aparente
Só descreve o contorno indecente
Do caos que aqui está.

Se cantamos sós
(E loucos somos nós)
Mais loucos são
Os que se dizem com a razão…

…E não amam!

Porque louco é o meu amar
E se parece rápido e incerto
É que muito lutamos
Para cruzar o deserto…

…Da frieza!

Quero cantar versos
Porque meu sentir dardeja a mente
Querendo rascunhar neste universo
Aquilo que abarca sempre.

Se fugaz como luzes espaciais,
Que cruzam vazios sepulcrais,
Que enterram lendas abismais,
Parece o meu correr contente,

Feche teus olhos!

Pois minha felicidade inebriante
Para os não sonhadores é desconcertante.

Se abraço o sol da loucura
E se visto a roupagem menos pura
É porque livre é o meu pensar
E louco é o meu pesar.

Não preciso descrever
Em faces abertas
Os nuances do meu ser.

Velhos amigos aqui estão.
Há muito partiram,
Mas, voltarão…

…Quando o sol tiver se posto
Por trás do teu rosto
Amada do meu coração.

Categorias
Poetrix

[Poetrix] A Verdade sobre as Máximas

Mais fácil camelo passar n’agulha
Do que a montanha vir a Maomé.
Moa o camelo e vá a pé!