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Algum Ódio

Beleza é torpe

Beleza é torpe,
Porém prefiro cabelos encaracolados
Dos quais não se possa ficar por baixo.

Afinal, se lesmas e caracóis
Escorrem da tua cabeça
Tal qual medusa pós-moderna
Não serei eu a me alimentar de tais vermes,

Ainda prefiro serpentes
Que nos transformem em pedra,
Ou Circe,
Que nos transforme em porcos,

Do que masturbação intelectual
Sobre insegurança
Ou endinheiramento real
Em nome da tua passada pseudo-militância.

Verá que de vilanezas singelas
Arquitetaste tantas que serias incapaz de contar.
Arquitetaste colar de contas que ficas a ostentar.

É. Nesse teu jeito pueril
Manténs teu ardil.
Na tua incapacidade de transformação
É que és febril.

Vieste de uma época
Em que o respirar de amantes na cama
Era contabilizado
E o brincar de infantes na lama
Era vetado.

Mas agora que somos condenados a viver livres
Não nos venha falar sobre aquilo
Que já estamos cansados de saber
Enquanto a noite dormes tranquilo
Achando cumprido teu dever…

…Em noites de sonho verde-berilo
Embaladas ao som de MPB.

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