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Suave coisa, suave coisa nenhuma

Do teu dia tomarei apenas esta pequena noite

Do teu dia tomarei apenas esta pequena noite,
Ó doce amada,
E no seu ocaso,
A madrugada,

Derramarei esses floridos versos de purpúrea forma.

É sábio dizer que não há norma
Que faça com que o coração indômito
Adormeça enleado de estranhos sabores.

O rigor, a dureza, o cáustico manar da palavra,
Perseguem a sua alma e a acorrentam à estrada

Da contusão.

Por isso o teu sorriso nunca me será caro o bastante
E sempre na cama me voltarei para o outro lado
Buscando inutilmente algo que estanque
O sangue da ferida feita no meu costado.

A chaga, a crueza, o duro manar dos dias,
Rígidos como rochas,
Austeros como canyons,
Enviam para adiante a minha existência

Empedrada pelos pedaços de madrugadas
Que como esta roubo de mim mesmo e entrego

Ao vazio.

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